Convido todos a me acompanhar e criticar a “pouca vergonha” que vemos diariamente

Recebi com muita tristeza as afirmações do Procurador Geral do MPE/MT. A maior tristeza foi com relação ao desprezo do Procurador Geral, que tentou justificar o “vale/auxílio Covid” com uma afirmação que passa do ridículo, parecendo até que não seria inteligente o bastante para perceber isso, senão vejamos.

No artigo anterior, vendo a indignação da sociedade mato-grossense e brasileira com mais uma benesse aos doutores da lei do MPE/MT, eu apenas reproduzi o que muitos queriam falar. Os doutores da lei, segundo o Portal Transparência, não recebem menos de 40 mil reais por mês. E passarão a receber mais para cuidarem da saúde, mesmo estando trabalhando em “home office”, ou seja, em casa.

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O Procurador Geral do MPE disse que é “muito normal” isso, e citou que diversas empresas privadas até pagam coisas parecidas, inclusive planos de saúde a seus funcionários.

Ora, ora, ora. Não consegui acreditar em tamanha bobagem saída da boca de alguém que deve ter certa inteligência, pois isso é preciso para passar em concursos públicos, até mesmo do MPE.

Ora, ora, ora novamente. O senhor Procurador Geral do MPE não consegue perceber a diferença gritante entre a iniciativa privada e o MPE? Vou ajudá-lo então. Senhor Procurador Geral, o dinheiro da empresa privada é dela, ela faz o que bem entende dele. O dinheiro do MPE é público, você não pode fazer o quer dele. Preciso desenhar para vossa excelência?

O apelo que fiz no artigo anterior não foi compreendido pelo MPE/MT. Vou lembrá-los. Desafio algum de seus membros que mostre sua própria indignação, igual à indignação social, em público. Não acontecerá, aparentemente.

O que deveremos esperar de uma instituição que senta na própria imoralidade e aponta os dedos para as imoralidades dos demais? Podemos acreditar na imparcialidade dessa instituição? Devemos respeitá-la? As respostas que eu tenho vou guardar para mim, para deixar cada um de vocês interpretar com seu sendo de justiça, moralidade e ética.

A cada nova imoralidade que vejo nos noticiários, fico mais indignado. O meu copinho da indignação está cada vez mais diminuindo. As gotas que o farão transbordar o enchem mais rápido.

Não quero deixar uma sociedade pior do que a que recebi para os meus filhos e netos, por isso estou saindo da indignação para a ação. Convido todos a me acompanhar e criticar a “pouca vergonha” que vemos diariamente no nosso estado e no Brasil.

Não sou desafeto do MPE/MT. Tenho muitos amigos  lá. Mas não suporto essa hipocrisia dessa instituição que está se pregando como moral diante de tanta imoralidade reconhecida pela sociedade de bem.

Que Deus nos ajude.

*FLÁVIO HENRIQUE STRINGUETTA é delegado da Polícia Civil de Mato Grosso e ex-coordenador da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).