Têm  pessoas que vêm ao mundo com o intuito de serem criativos e empreendedores. Outros já precisam que alguém faça isso para eles e o empregue em sua ousadia empreendedora. Acontece que isso tem tudo a ver com o modelo e o direcionamento dado pelas políticas de Estado. O Brasil tem sido uma fábrica de empregados.

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Mas este é o velho modelo que está sendo atropelado pelos ventos da tecnologia. O que vivemos agora é a transição entre o mundo pós industrial e o mundo pós digital.

Há uma corrente forte no mundo todo empurrada pela era digital em que os Estados estão sendo diluídos, como já tratei em artigos anteriores a este, intitulados “O fim do Estado”, que interfere na economia e no modus operandi das pessoas ao se relacionarem com o mundo do trabalho. Algo que afeta a existência e permanência de determinada função. Profissões tradicionais irão acabar ou diminuir na velocidade da luz com o avanço do tempo.  Uma geração irá avançar sobre dez novas gerações.

Na educação, o método que dá acesso já é mais importante que o conteúdo pois este está disponível online. Portanto, em determinadas áreas, a figura do professor já é dispensável. Cada dia que passa ampliará este comportamento até para cursos tradicionais, como medicina e direito. Na saúde (medicina) já são realizadas cirurgias computadorizadas e dirigidas a distância que poderão, muito em breve, dispensar a ação direta do cirurgião. É o avanço da chamada “inteligência artificial”. O mesmo já se aplica ao direito, com o advogado virtual. 

Aí vem a necessidade do Estado formal intervir para antecipar o ociosismo por vir das massas. As pessoas vão fazer o que? E como?  Primeiro, as estatísticas que apontam aumento e ou diminuição de empregos precisam mudar os critérios. Os velhos métodos de coleta, tabulação e analise já são ineficazes. Muitos que entram na conta do desemprego tem atividade e renda superior a maioria dos empregados e dificilmente retornarão ao velho posto. Outros que até são “efetivos” tem salário e aparecem nas estatísticas de “trabalhadores empregados” já não “trabalham” mais, ou por ociosidade ou por deslocamento de função, ou seja, disfunção.

Segundo que o Estado não pode mais ser o empregador, pois pessoas encarecem a máquina pública e produzem poucos resultados efetivos. Mas, ao mesmo tempo, é papel do Estado cuidar de pessoas. Focar em produzir conhecimento, incentivar a criatividade, projetar o cidadão independente e fomentar o autoconhecimento para pró atividade e o empreendedorismo é um caminho seguro e sem volta.

As atividades braçais, o ativismo repetitivo dos balcões e das fábricas, os burocratas, as corporações fiscalizadoras, as velhas matrizes que envolvem edificação (escritório), mobiliário, ficha funcional, processos, ponto e carga horária fixa estão com os dias contados. Mas sempre haverá espaço para quem pensa, para quem cria e se reinventa. Atividades fragmentadas e personalizadas. É neste ponto que o Estado deve conduzir os seus cidadãos.

Portanto a informalidade já não é tão informalidade assim e autônomo já é empresa. Ou mudamos o que ensinamos ou seremos vítimas do que não aprendemos. Ócio mais ausência de conhecimento factível juntos matam! Olhem o mercado, pois fome de passado mata o futuro!

 *JOÃO EDISOM DE SOUZA  é Articulista, Professor de Ciências Política, Consultor Político, Gestor de Comunicação, Imagem e Crise e  Comentarista político da rádio Jovem Pan – Jornal da Manhã.

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