Capital do Estado que se vangloria de ser o centro do agronegócio, chamou a atenção da imprensa nacional nesta última semana.
O motivo foi uma cena típica de um país em crise humanitária: a fila quilométrica de populares no bairro do CPA-II (Morada da Serra), região Norte de Cuiabá, para conseguir “ossinhos” de boi doados por um açougue e assim garantir a alimentação de suas famílias.
Desde o meu retorno ao Parlamento, tenho discutido a importância da industrialização em Mato Grosso para gerar emprego e melhorar a distribuição de renda, favorecendo assim as classes C, D e E.
Nestas faixas sociais, estão concentradas a maior parte dos desempregados e pessoas em situação de miserabilidade.
Trata-se de uma enorme contradição quando se identifica que Mato Grosso é campeão em crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos 40 anos, com produção de riquezas acima da média nacional e caminhando para a maior renda per capita do Brasil.
Por outro lado, a desigualdade social é evidente em Mato Grosso. Mais de 400 mil pessoas dependem de ações de particulares e programas estatais de cesta básica para garantir a sobrevivência.
Essa brutal desigualdade se agrava ainda mais em um cenário que empresas são fechadas e trabalhadores informais colhem dificuldades de obter renda por conta da crise sanitária gerada pelo novo coronavírus (Covid-19).
O empresariado e os agentes políticos são obrigados a refletir e questionar: como reduzir essa desigualdade?
Enquanto parlamentar que me preocupo diuturnamente com Mato Grosso, vejo alternativas plenamente capazes para reverter este quadro.
Afinal, nunca tivemos um cenário tão favorável como o atual para a industrialização do Estado, atividade altamente geradora de emprego e renda para tal. Vejamos:
1 – Implantar um programa arrojado de industrialização do Estado. É notório que temos uma gigantesca produção de matéria prima principalmente na soja, algodão, milho, peixe d’ água doce, carne bovina e suína.
2 – Mato Grosso tem capacidade energética de sobra, pois desde a gestão de Dante de Oliveira, passou de importador para exportador de energia.
3 – São mais de 200 mil mato-grossenses desempregados. Todos poderão ser perfeitamente qualificados e capacitados para trabalhar em qualquer indústria.
4 – Temos linhas de financiamentos disponíveis ofertadas pelo governo federal via FCO (Fundo Constitucional de Financiamento), Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia) e BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
5 – E o mais importante: temos um governador com origem no setor industrial.
Mãos à obra
*WILSON PEREIRA DOS SANTOS é professor e deputado estadual por Mato Grosso pelo PSDB. Também foi deputado federal, vereador e duas vezes Prefeito de Cuiabá.
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