Claudio Moretti
Os conselhos profissionais são autarquias incumbidas da regulamentação da atividade profissional de um determinado grupo de trabalhadores. Também responsáveis pelo registro destes profissionais e pela fiscalização do exercício de suas atividades para garantir que sejam prestadas de forma isonômica, ética e eficiente à sociedade.
São organizações que têm o dever ético de acolher, ouvir, debater ideias, investir na formação continuada, discutir as boas práticas da profissão e criar regras que permitam uma prestação de serviços moderna e igualitária. Mas para que tudo isso ocorra de forma íntegra, transparente e salutar é preciso que os conselhos garantam aos seus inscritos acesso às informações, vez e voz nas tomadas de decisão.
Quando isso não ocorre, os elos desta corrente profissional se partem e as autarquias perdem sentido. Os profissionais ficam presos no medo, suprimem suas angústias e passam a desacreditar da importância dos conselhos profissionais que passam a ser vistos apenas como “cobradores de anuidades” e “algozes” daqueles que deveriam proteger e preparar.
Em Mato Grosso, temos vivenciado situação parecida no Conselho Regional de Odontologia (CRO-MT). Uma autarquia criada em 31 de março de 1967, e que nos últimos 14 anos é dirigida por um mesmo grupo de pessoas que se alternam no poder. Grupo distante da categoria, nada preocupado com a formação continuada, com a ampla publicidade de seus atos e ações ou com a valorização da categoria através da preservação de direitos já adquiridos. Uma diretoria que não valoriza seus inscritos e que se sustenta no medo que muitos colegas têm em declarar o desejo de mudança.
Queremos um CRO-MT diferente, que valorize o diálogo entre todos os profissionais do estado, que amplie a relação com sindicatos, associações e com o Conselho Federal de Odontologia (CFO). Que caminhe de mãos dadas com o CFO e com as universidades para garantir a formação continuada através de cursos, palestras, workshops e clínicas. Que trabalhe pela modernização do Código de Ética e que faça da fiscalização uma parceira da boa prática profissional, auxiliando na correção de eventuais desvios e não apenas servindo como ferramenta punitiva.
Sabemos todos, que a busca por direitos trabalhistas é uma função sindical e não do Conselho, mas que a articulação entre partes pode trazer muitos benefícios para todos nós, como o direito à insalubridade, PCCV (Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos) e o piso nacional da categoria. Que a boa gestão pode e precisa trabalhar pela valorização do Dentista, mas também do Auxiliar em Saúde Bucal (ASB), Técnico em Saúde Bucal (TSB) e Técnico em Prótese Dentária (TPD).
Precisamos ampliar os canais de comunicação do CRO; falar da importância do CRO aos estudantes de odontologia; acolher, orientar e instruir os dentistas recém-formados; valorizar as especialidades odontológicas através de campanhas publicitárias; criar programas de gestão, marketing e administração de consultórios e clínicas.
Temos a consciência de que todos os profissionais que atuam ou atuaram em Mato Grosso contribuíram para a excelência da odontologia em nosso estado e que isso precisa ser valorizado. Precisamos mostrar o impacto positivo que a odontologia tem para a qualidade de vida das pessoas a fim de afirmar nossa força profissional.
Estou certo de que estas e outras propostas podem transformar o CRO-MT numa autarquia mais ativa, transparente e humanizada. Por isso, me uni a um grupo de profissionais experientes e bem preparados e juntos decidimos colocar meu nome à disposição da categoria na disputa eleitoral pela gestão do CRO-MT. Se você compartilha destas propostas, no dia 6 de outubro vote certo, vote pelo fim do continuísmo, pela transparência e valorização da nossa categoria. Vote CHAPA 2, O CRO que queremos!
*Claudio Moretti é cirurgião dentista em Mato Grosso. Instagram: @drclaudiomoretti