Com a redução dos casos de Covid-19 e a pandemia mais controlada graças à vacinação, vivemos agora os efeitos da baixa cobertura vacinal para outras doenças, situação que se intensificou ainda mais após esse período em que a população procurou menos pelos serviços de saúde em prevenção de doenças.
A queda na cobertura vacinal já vinha acontecendo desde 2015 na população brasileira e acentuou-se ainda mais durante a pandemia em virtude da baixa procura pelos serviços de saúde para prevenção, também devido à concentração dos esforços desses serviços no combate à Covid e ainda em razão de circulação de falsas informações à respeito das vacinas, as quais foram historicamente responsáveis pela erradicação e drástica redução de diversos tipos de doenças do nosso meio, a tal ponto de uma parte da população não julgar tais doenças relevantes e/ou perigosas. Por isso costumamos dizer que as vacinas hoje têm sido vítimas de seu próprio sucesso.
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Em razão desses números decrescentes já vinha sendo levantada a possibilidade de surgimento de casos de doenças antes erradicadas como a poliomielite e também de surtos de doenças que podem ser prevenidas através da vacinação. Isso, infelizmente, de fato está se concretizando em nossos dias. Temos a situação de doenças como o sarampo, risco de retorno da poliomielite e também estamos presenciando a divulgação de um aumento assustador de casos de doenças meningocócicas.
Dois aspectos devem ser observados em relação ao assunto. O primeiro está relacionado à necessidade inquestionável e urgente de informação da população quanto à vacinação contra todas as doenças para as quais temos vacinas disponíveis, pois a população pode estar tranquila em relação aos perigos de retorno destas doenças em virtude de que não vivenciam o drama da presença das doenças em nosso meio, no convívio diário na população e na família. Outro aspecto é em relação à necessidade e também oportunidade para investimentos na área de saúde no país, tanto em tratamento quanto em prevenção, como é o caso dos serviços de vacinação. Esse cenário se mantém e cresce independentemente de aspectos políticos, econômicos e globais, pois a saúde é necessidade básica sem a qual todos os outros meios de busca por qualidade de vida apresentam-se ineficazes e secundários.
Nesse ponto, saliento mais uma vez o presente e crescente espaço para o empreendedorismo na área da saúde, tão necessário, atual e básico em nosso país. O setor público não supre todas as necessidades e demandas, considerando mesmo o fato de que o intuito desses serviços é o atendimento da necessidade mais prevalente na população e não do atendimento da totalidade de serviços disponíveis em todas as áreas. Portanto, resta ao setor privado suprir essa lacuna, nunca conflitando com os serviços públicos, mas sim complementando e atendendo necessidades pontuais que não estão disponibilizadas em sua totalidade por este.
*ROSANE MARIA ORTH ARGENTA é diretora executiva da Franquia Saúde Livre
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