O rastreamento de objetos celestes que podem atingir a Terra é uma ferramenta essencial para a ciência, seja para proteger nosso planeta ou simplesmente para sabermos o que está por vir. Agora, um pesquisador desenvolveu uma nova equação que mede com precisão o ângulo de curvatura causado por objetos massivos estáticos, como o Sol e planetas do Sistema Solar.
Essa descoberta permite determinar com maior certeza as órbitas de asteroides, cometas e planetas anões, prevenindo colisões com o nosso planeta. Publicada em outubro no periódico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, a pesquisa usa um modelo de ótica geométrica para refinar o cálculo da curvatura gravitacional da luz (GBL, na sigla em inglês) – fenômeno que faz com que objetos no espaço não estejam onde aparentam estar.
O vídeo a seguir ilustra o caminho da luz em torno de um objeto massivo que está distorcendo o espaço-tempo. Ao passar pelo campo gravitacional desses objetos, a luz proveniente de estrelas e outros corpos celestes segue um trajeto curvado. Veja:
Diferentes ramos da astronomia e da astrofísica podem se beneficiar do novo resultado, como a mecânica celeste ou a dinâmica estelar, segundo o autor do estudo, Oscar del Barco Novillo, da Universidade de Murcia, na Espanha.
“Ela [a equação] pode ter implicações na posição exata de estrelas distantes, bem como na localização correta de objetos menores do Sistema Solar, possibilitando uma melhor estimativa de suas órbitas”, disse Novillo, em comunicado.
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Outra vantagem é um rastreamento mais preciso de Proxima Centauri, a estrela mais próxima da Terra após o Sol. Além disso, a nova equação poderá dar suporte à missão Euclid, da Agência Espacial Europeia (ESA), que mapeia bilhões de galáxias em busca de matéria escura.
O avanço é resultado de refinamentos matemáticos que levam em conta distâncias finitas – em vez de infinitas – e do uso de uma abordagem de meio material, semelhante ao estudo do comportamento da luz em materiais terrestres, como a refração em um copo de água.
A equação foi testada com sucesso em simulações numéricas e comparações com cálculos anteriores, incluindo a fórmula de atraso temporal de Shapiro, que testa o Sistema Solar para a Relatividade Geral.
(Por Redação Galileu)