O presidente Jair Bolsonaro utilizou pronunciamento em rede nacional por ocasião do fim do ano para defender as ações adotadas pelo governo federal no enfrentamento à pandemia de covid-19, como a compra de vacinas e o auxílio emergencial, e voltou a atacar governadores que impuseram quarentenas e outras medidas de restrição para conter a disseminação do coronavírus.

Bolsonaro disse que o auxílio emergencial pago aos vulneráveis no auge da pandemia foi uma forma de “socorrer os mais humildes, que tinham sido abandonados pelos que mandavam fechar tudo”, e afirmou que programas do governo federal de apoio a empresas evitaram uma “quebradeira econômica” que ocorreria, segundo ele, pela “política de muitos governadores e prefeitos de fechar comércio, decretar lockdown e toques de recolher”.

O pronunciamento de 6 minutos foi recebido com panelaços em diversas cidades do país, como ocorrera na semana passada em fala do presidente ao lado da primeira-dama por ocasião do Natal.

Bolsonaro também afirmou que todas as vacinas foram compradas pelo governo federal e que todos os adultos que desejaram foram vacinados no Brasil contra a Covid-19.

“Fomos um exemplo para o mundo”, disse Bolsonaro, ele próprio não vacinado por questionar a segurança e eficácia dos imunizantes — apesar do efeito comprovado das vacinas para conter a pandemia.

Bolsonaro também voltou a dizer que não apoia o passaporte vacinal ou qualquer restrição àqueles que não desejam se vacinar, e reiterou que a vacinação de crianças de 5 a 11 anos somente deve ocorrer com consentimento do pais e prescrição médica — o que na prática caberá aos Estados decidir quando a vacina for implementada no país.

“A liberdade tem que ser respeitada”, disse.

Economia e infraestrutura

Jair Bolsonaro afirmou que o ano se encerra com um saldo positivo de 3 milhões de novos empregos e 5 milhões de empresas abertas. “Interrompendo uma série de meia década com saldos negativos”, comentou.

O presidente ressaltou a aprovação da Lei da Liberdade Econômica e a simplificação das normas regulamentadoras. Jair Bolsonaro destacou os avanços na infraestrutura, com as novas obras iniciadas no governo, a conclusão de obras de governos anteriores, como a transposição do Rio São Francisco e a reinserção do modal ferroviário no país.

“Levamos tranquilidade ao campo, flexibilizamos a posse e o porte de arma de fogo para o cidadão e passamos a investir no Brasil e não mais no exterior com obras milionárias financiadas pelo BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social]”, completou.

Para 2022, o presidente disse que, na área de infraestrutura, já há mais de R$ 800 bilhões contratados pela iniciativa privada que devem garantir a geração de milhões de empregos. “Isso é uma prova de que conquistamos a confiança dos investidores, brasileiros e estrangeiros, o que possibilitará, também, a redução da inflação, consequência da política equivocada do ‘Fica em casa, a economia a gente vê depois’”.

O presidente falou do pagamento do Auxílio Brasil com valor mínimo de R$ 400, que deve ajudar 17 milhões de famílias e acrescentou que, durante seu governo, foram entregues mais de 1,2 milhão de moradias por meio do programa Casa Verde Amarela.

O presidente comemorou o saldo positivo de 3 milhões de vagas, segundo ele, na geração de empregos em 2021, e disse que os investimentos privados em infraestrutura em 2022 vão gerar novos postos de trabalho e possibilitar a redução da inflação, que afirmou ser “consequência da equivocada política do fica em casa, a economia a gente vê depois” dos governadores.

Chuvas

Sobre as chuvas intensas que atingiram a Bahia e o norte do estado de Minas Gerais, o presidente afirmou que, desde o início da calamidade, determinou que o ministro da Cidadania, João Roma, e o ministro do Desenvolvimento Regional,  Rogério Marinho, prestassem apoio total aos moradores dos municípios atingidos.

Criticado por não ter interrompido as férias em Santa Catarina para visitar as cidades atingidas por enchentes na Bahia neste final de ano, Bolsonaro disse que desde o início determinou que ministros atuassem para ajudar os afetados. (Agência Brasil/Terra)