Após ter o registro de candidatura deferido pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT), o candidato ao Senado Neri Geller (PP) se disse fortalecido para a disputa e que irá chamar para o debate o seu principal rival, o senador Wellington Fagundes (PL), que tenta a reeleição.

O TRE liberou a candidatura dele nesta segunda-feira (12), por 4 votos a 3. A indefinição durou 15 dias, pelo fato de Neri ter tido o mandato de deputado federal cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que decretou a inelegibilidade dele no último dia 23 de agosto.

“O direito está 100% do meu lado. Eu sempre estive tranquilo, mas passei, talvez, pelos 15 dias mais difíceis da minha vida. […] Estou de alma lavada. Sem querer parecer arrogante, não quero campanha do denuncismo, agora a verdade sempre vai prevalecer. O olho no olho vai ser nesses 21 dias, e chamarei meu adversário para o debate”, afirmou em coletiva nesta segunda.

“O nosso adversário vai ter que vir para dentro [do debate]. Não é com chicote na mão, é debate de alto nível e com a força que precisa ter para enfrentar essa turma. Vamos para cima e muito fortalecidos”, acrescentou.

Neri aparece em segundo lugar em todas as últimas pesquisas de intenção de votos em Mato Grosso. Wellington aparece liderando.

O candidato disse se sentir confiante em uma vitória nas urnas após a decisão do TRE. Apesar de ter tido a candidatura deferida, o Ministério Público Eleitoral deve recorrer ao TSE contra a candidatura.

“Nós vamos ganhar as eleições nas urnas. Não vamos perder no tapetão. Vamos para cima para fazer o debate de alto nível, ganhar as eleições e demonstrar quem é quem na ordem do dia”, afirmou.

“Não dá para fazer política dando tapa e escondendo a mão”, disse.

Fator Lula

Além de prometer uma campanha mais de embate, Neri ainda revelou que aposta no “fator Lula”. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à presidência da República, gravou um programa eleitoral manifestando apoio a Neri.

“Lula foi um grande líder mundial e ajudou na venda do nosso produto, ajudou a alavancar a economia de Mato Grosso. Tenho certeza que a minha entrada e a do [senador, Carlos Fávaro] de uma forma mais aberta, junto com a federação, fortaleceu sobremaneira. Acho que o presidente Lula continua crescendo no Estado, inclusive no interior do Estado”, completou.

O imbróglio

Neri foi cassado por abuso de poder econômico na eleição de 2018. Documentos entregues pelo MP Eleitoral ao TSE apontam que ele fez triangulações com doações de empresas, utilizando seu filho, Marcelo Piccini Geller, como “laranja”, a fim de arrecadar recursos para sua própria campanha. A doação por parte de empresas é proibida.

Além dessa prática ilegal, Geller também foi julgado por realizar doações no montante de R$ 1,3 milhão, que beneficiaram 11 candidatos à época.

Após a publicação do acórdão, o deputado cassado recorre da decisão, mas fora do cargo. Em seu lugar deverá ser empossado o ex-secretário Estado Educação Marcos Marrafon (Cidadania).