A médica pediatra e patologista clínica, pré-candidata ao Senado Federal, Natasha Slhessarenko (PSB), participou nesta quinta-feira (28) do IX Congresso Nacional de Mulheres do PSB. O evento discutiu a autonomia e empoderamento das mulheres no mundo e a importância da presença feminina nos espaços de poder, a violência de gênero e as eleições de 2022. A programação contou com as deputadas federais Lídice da Mata (BA) e Tabata Amaral (SP) como palestrantes, além da escritora francesa Gisele Szezyglak, autora do livro Subversivas, que será lançado em junho no país.
O encontro marcou a retomada das discussões presenciais, que não aconteciam desde 2019, em razão da pandemia de Covid-19. Além de ser uma oportunidade de discutir o fortalecimento feminino, o evento também possibilitou a troca de experiências entre mulheres que já detêm mandato e aquelas que buscam aumentar a representatividade feminina nos espaços de poder ingressando na disputa eleitoral que se aproxima.
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O bate papo realizado pelas deputadas federais destacou o caminho trilhado pelas mulheres para se chegar ao número de postos ocupados hoje no Congresso Nacional – são 77 parlamentares na Câmara dos Deputados e 12 no Senado – o que representa 15% dos cargos existentes. E a proposta é que mais espaços de poder possam ser conquistados, apesar dos obstáculos existentes no percurso, como a violência de gênero presente também no ambiente político.
Uma conquista destacada pelas parlamentares foi a sanção, em 2021, da lei 14.192, que estabelece normas para prevenir, reprimir e combater a violência política contra a mulher, além da garantia de 30% das listas partidárias para disputas proporcionais femininas e a destinação de 30% do fundo eleitoral para as candidaturas de mulheres. Essas vitórias são consideradas marcos para aumentar a participação feminina na política.
Tabata Amaral explanou as dificuldades enfrentadas ainda hoje para cumprir o mandato de deputada federal. Revelou ser ameaçada de morte e confessou que não estava pronta para passar por esse tipo de situação. Por outro lado, afirmou que o que dá forças a ela para buscar a reeleição é saber que não está sozinha. Destacou a força da bancada do batom no Congresso. Maior em tamanho se comparada às bancadas dos partidos, reúne mulheres de diferentes siglas partidárias. Dessa união saiu, por exemplo, a aprovação da lei 14.192, além de alterações feitas na Lei Maria da Penha no período de pandemia, a aprovação da distribuição de absorventes a mulheres em situação de vulnerabilidade e a destinação de recursos para serem aplicados nas políticas para as mulheres.
A parlamentar ainda abordou pesquisas científicas que mostram que quando as mulheres chegam ao poder a corrupção diminui, a desigualdade econômica cai, as meninas passam a ter sonhos maiores e há uma redução da mortalidade infantil.
“Gostei muito. Achei interessante a história que a Lídice da Mata contou das conquistas femininas ao longo de décadas. Também achei pertinente a Tabata falar dos desafios que enfrenta até hoje, colocando histórias reais do dia a dia. São mulheres que inspiram. Nos faz acreditar estar no caminho certo. A única forma de mudar é nos colocarmos à disposição da sociedade, enfrentarmos uma eleição”, ponderou Natasha.
Pensando em aumentar a representatividade feminina no Congresso Nacional é que a deputada federal Lídice da Mata declarou apoio a pré-candidatura de Natasha. “Grande militante da política, que pensa Mato Grosso dia e noite e agora é pré-candidata ao Senado. Mais uma mulher para representar essa força. É uma alegria enorme conhecê-la, saber que vai dar continuidade à luta de sua mãe e acrescentar novas bandeiras e assumir novos desafios. Grande sucesso, Natasha”.
A secretária Nacional de Mulheres do PSB, Dora Pires – que foi reconduzida ao cargo em eleição realizada durante o Congresso -, destacou a relevância de ter Natasha como pré-candidata ao Senado Federal por Mato Grosso. “Estamos vivendo um quadro muito importante, muito difícil no nosso país. Nós mulheres temos que subverter a ordem nessa questão de as mulheres ocuparem espaço de poder nesse ambiente masculino. Vocês têm a felicidade de ter em Mato Grosso uma pré-candidata à senadora, que é a única mulher na disputa ao Senado nesse momento. Portanto, invistam nessa pré-candidatura. Essa pré-candidata é uma candidata para valer. É uma pré-candidata que as mulheres apostam nela. Vamos em frente, que seja muito bem votada, eleita e traga essa felicidade para o PSB de Mato Grosso e do Brasil”.
“Quando a mulher disputa cargos tanto do Executivo como do Legislativo, ela traz o olhar feminino para dentro da política. Como dizia Michelle Bachelet, quando uma mulher entra na política, muda a mulher, mas se muitas mulheres entram na política, muda a política. Então, quero parabenizar a Natasha por ter a iniciativa, a atitude, a coragem e a largueza de se colocar pré-candidata à senadora em Mato Grosso, porque precisamos dessa representação feminina no Senado. Será muito importante que ela esteja ali para defender, obviamente o seu estado, mas também a causa das mulheres brasileiras”, acrescentou integrante da Executiva Nacional do PSB, Mari Machado.