Li recentemente uma entrevista do secretário-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho, na qual ele afirma que o prefeito Emanuel Pinheiro faz política de confronto e ainda erroneamente compara o pedido de cessão da Escola Nilo Póvoas ao fechamento da Santa Casa de Cuiabá. Quero aqui esclarecer os fatos.
Acredito na boa-fé das pessoas, por isso vou considerar os dois casos citados pelo secretário como um “desconhecimento” dos fatos e pelo fato de ele não ser cuiabano, nem mesmo de coração, como outros milhares de cidadãos que vieram de vários lugares e amam nossa cidade.
A Santa Casa era uma instituição PRIVADA que prestava serviços para Cuiabá, o Município pagava por esses serviços, a empresa foi à falência por ingerência da própria administração. Quem sabe a equipe do Governo do Estado saiba nos dizer o que aconteceu, uma vez que de empresas eles entendem bem, já de gente, tenho minhas dúvidas. A escola Nilo Póvoas é uma instituição 100% pública de excelência em ensino há 50 anos na nossa Capital, não há comparação possível nestes dois casos. Sobrou “desconhecimento” e faltou vivência em Cuiabá.
Já a frase de que o prefeito Emanuel Pinheiro “é apaixonado por política de confronto e de discussões pesadas”, afirmo, sem medo de errar, que a gestão Municipal luta e luta muito pelos cuiabanos! É leviano afirmar que o bem-intencionado pedido de cessão, feito pelo prefeito, é confronto. É sim um pedido desesperado de um cuiabano que não quer ver o passado brilhante dessa instituição ser apagado do dia para a noite! A Escola Nilo Póvoas é a história viva de Cuiabá. Quantos profissionais de destaque, que atuam hoje na cidade, percorreram por anos os corredores da renomada instituição? Com certeza o secretário não sabe. Afinal, ele parece não se importar com a história de Cuiabá.
Depois de ler toda a entrevista não consegui visualizar uma resposta clara ao pedido do prefeito e confesso que me surpreendi com o ataque. Tenho me perguntado muito ultimamente sobre o que leva um Governo do Estado a diminuir, ignorar ou até mesmo negligenciar a capital do estado que administra.
Será que vocês vão provar o amor que dizem ter por Cuiabá? Ou vão continuar levando tudo para o “lado pessoal”, se esquecendo que milhares de crianças necessitam dessas vagas? Por que essa agressão injusta sendo que a causa é tão justa? Me pergunto, não é melhor sentar e conversar? Sobra egoísmo, falta empatia.
O prefeito Emanuel Pinheiro tem uma proposta para o Governo do Estado, pois ninguém quer nada de graça, somos gestores e devemos agir como tal. Propomos a cessão do prédio municipal onde hoje funciona a Secretaria Estadual de Cultura (conhecido como Moitará e que já abrigou a extinta Secopa) no bairro Goiabeiras e em troca, recebemos a cessão do prédio da escola Nilo Póvoas para conseguirmos ampliar o número de vagas do ensino básico da Capital, favorecendo 750 crianças. Nossa luta é por Cuiabá.
LINCOLN SARDINHA é secretário municipal de Governo