A Associação Matogrossense dos Transportadores Urbanos (MTU) apresentou à agência reguladora do transporte público uma proposta de aumento da tarifa de ônibus em Cuiabá. A justificativa é que com a implantação das faixas exclusivas para ônibus aumentará o tempo de circulação dos veículos, o que pode resultar em gastos maiores para as empresas.
Um possível reajuste da tarifa impacta nas despesas de quase 130 mil usuários do transporte coletivo pagantes na Capital, ou pouco mais de 60% do total. Contando com os passageiros que circulam com benefício da gratuidade, Cuiabá tem cerca de 205 mil pessoas que utilizam o serviço.
A Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Cuiabá (Arsec) informou ao Rdnews que o relatório técnico está sendo realizado para estudar a possibilidade. Ainda não há um índice proposto.
Segundo o assessor da MTU, as empresas de transporte público temem que o tempo de viagem aumente e que para garantir o fluxo já ofertado seja necessário ampliar o número de ônibus nas linhas.
“Por exemplo, hoje nós temos uma linha Jardim Vitória/Centro, é uma linha de 10 veículos, com ônibus cirulando de 11 em 11 minutos. Hoje essa linha gasta 1h10 para fazer o percurso ida e volta, qualquer interferência que possa aumentar o tempo para 1h15 tem que incluir um veículo a mais para manter a mesma frequência. E aumentado um ônibus aumenta 2 motoristas. Então essa é a grande preocupação das empresas, porque o ideal é transportar mais pessoas com o menor número de veículo”, explica o representante da MTU.
Ainda de acordo com Márcio Moreira, mensalmente é feito um estudo pela Arsec em relação ao custo bruto das passagens individuais de cada usuário. Em setembro o valor médio foi de R$ 7,87. Na sua avaliação seria necessário ampliar a quantidade de faixas para que o transporte possa circular com mais rapidez nos trechos com a restrição.
“Tem a tarifa pública a tarifa subsidiada, e nesse meio termo tem os custos do sistema. Então, a partir do momento que você diminui a velocidade média do ônibus isso impacta no custo da tarifa. A gente vem conversando com a Semob, fomos pegos de surpresa com essa redução com a faixa exclusiva que tem um impacto muito grande. Hoje a tarifa pública é 4,95, a Arsec faz o cálculo todo mês, mês passado deu R$ 7,87 de tarifa. Essa diferença quem banca é a prefeitura. O ideal é aumentar mais faixas exclusivas”, completou o assessor da MTU.
O Rdnews procurou a Arsec que informou que está realizando um levantamento técnico para avaliar sobre o custo das mudanças. “Os técnicos da Arsec estão fazendo os cálculos técnicos. Não há um prazo para que essa etapa termine”, informou a Associação.
Faixas Exclusivas
Doze avenidas de Cuiabá possuem faixas exclusivas para ônibus, que em outubro passaram a funcionar nos horários de pico de segunda a sexta-feira, das 6h às 8h e das 17h às 19h. Já aos sábados, apenas no período da manhã, das 6h às 8h, enquanto durante as tardes e nos domingos, a circulação estará livre para veículos de passeio.
A infração contra as faixas exclusivas nos horários de pico é gravíssima e pode ser penalizada com multa de R$ 293,47, além de sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Atualmente, Cuiabá conta com faixas exclusivas nas principais avenidas da cidade: Getúlio Vargas, Isaac Póvoas, Generoso Ponce, Tenente Coronel Duarte (Prainha), Historiador Rubens de Mendonça (mais conhecida como CPA) e General Valle.
Novas faixas serão implementadas na Avenida Djalma Ferreira de Souza – conectando-se à Avenida Deputado Milton Figueiredo (Morada do Ouro), próximo ao Massairo Okamura, até a Avenida do CPA. Avenida Dante Martins de Oliveira (antiga Avenida dos Trabalhadores) – do contorno da Avenida Professora Edna Affi (das Torres) até a Miguel Sutil. Avenida José Monteiro de Figueiredo, conhecida como “Lavapés” – abrangendo o trecho próximo ao restaurante Choppão até o Talavera Bar (Santa Rosa), nos dois sentidos.
(Rdnews)