Ministério Público requer condenação da tenente do Corpo de Bombeiros Izadora Ledur pelo crime de tortura contra o aluno Rodrigo Claro. Documento assinado na última sexta-feira (23), pelo promotor Paulo Henrique Amaral Motta propõe que a oficial seja condenada à perda do posto e da patente de oficial, além de exclusão das fileiras da corporação.

Claro morreu no dia 15 de novembro de 2016, após um treinamento na Lagoa Trevisan. A temente, que coordenava o curso, é apontada como autora de “caldos” e sessões de afogamentos que resultaram na morte do aluno.

O pedido foi protocolado nas alegações finais do processo contra a ré. Segundo o promotor, está comprovada tanto a materialidade quanto a autoria do delito de tortura qualificada pelo resultado morte.

O promotor enfatizou que a conclusão pericial tenha apontado que a causa do óbito tenha sido hemorragia cerebral decorrente de causa natural, o intenso sofrimento físico e mental retratado nos “caldos” levaram a vítima ao seu extremo e ocasionaram seu falecimento.

O promotor salienta que restou incontroversa a configuração do delito de tortura a partir dos depoimentos. Segundo ele, foi possível verificar que a denunciada, mediante o emprego de violência, dolosamente submeteu a vítima Rodrigo, que estava sob a sua guarda e autoridade, a intenso sofrimento físico e mental, como forma de lhe aplicar castigo pessoal.

“Rodrigo foi submetido a intenso sofrimento físico e mental, o qual lhe custou a vida, tendo em vista o estado de penúria, padecimento e martirização a que fora exposto dede o início da instrução”, completa o promotor.

O julgamento do caso acontece, por designação do juiz Marcos Faleiros, da 11ª Vara Criminal Especializada da Justiça Militar de Cuiabá, no dia 27 de janeiro de 2021.