O vereador Voldoir Bento Tavares, que se apresentava como Márcio Túlio Ribeiro Gonçalves – também conhecido como ‘Preto’, foi denunciado pelo Ministério Público de Mato Grosso pelo uso de documentos falsos. Com o uso de documentos falsos ele chegou ao Poder Legislativo Municipal de Nova Nazaré, a 803 quilômetros  de Cuiabá, em 2016.

Até a última atualização desta reportagem, o g1 não havia obtido contato a defesa do vereador.

Segundo o MP, o vereador e então presidente da Câmara deve responder na Justiça por falsa identidade, inserção de declaração falsa em documentos, utilização de documento público alterado e posse sem autorização de armas de fogo de uso permitido, por conta da arma encontrada com o parlamentar no dia da prisão.

A denúncia contra o vereador destaca que ele apresentou documento falso no momento da operação que o prendeu por homicídio qualificado.

 

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A promotoria lembra que Valdoir Bento Tavares assumiu a identidade do seu primo Márcio Túlio Ribeiro Gonçalves, que morreu quando ainda era criança, de acordo com as investigações. Para efetivar a fraude, ele teve acesso a certidão de nascimento do parente, depois expediu os demais documentos.

Valdoir ainda está preso em Água Boa, a 736 km de Cuiabá.

Colecionador de armas
Também consta na denúncia que o vereador mantinha várias armas e munições que foram adquiridas com os documentos falsos. Segundo o MP, houve a apreensão de um Rifle com carregador Cbc 7022, calibre 22; uma carabina rossi special calibre 38; duas pistolas de 9 mm, 3.208 munições de calibre 22, 235 munições de calibre 9 mm e 50 munições calibre 38.

Entenda o caso
Consta no processo que tramita em Rondônia que Valdoir e o irmão dele, Valteir Bento Tavares, se envolveram em uma briga com outros dois homens na madrugada do dia 1º de janeiro de 2007, por causa de vaga de estacionamento, próximo a uma casa noturna.

Éder da Silva Martins e Edeilson Moura dos Santos foram assassinados a tiros. Outra pessoa que estava com as vítimas também foi baleada, mas sobreviveu porque conseguiu fugir.

O presidente da Câmara foi preso no dia 7 de março suspeito de duas mortes em janeiro de 2007, em Ariquemes (RO). Os investigadores também cumpriram um mandado de prisão contra o irmão dele, que é empresário em Goiás.

Além do duplo homicídio, o presidente da Câmara responde por diversos outros crimes, como ameaça, furto de gado, apropriação indébita e direção perigosa.