Um dos pioneiros da Bossa-Nova, João Donato faleceu na madrugada desta segunda-feira (17/7), no Rio de Janeiro, aos 88 anos, em decorrência de uma série de problemas de saúde. A informação foi confirmada pela família dele.
Instrumentista, arranjador, cantor e compositor, João Donato foi um dos responsáveis por popularizar a música brasileira no exterior. Ele nasceu no acre, em 1934, e se mudou para o Rio de Janeiro nos anos 1940, onde começou a ter contato com outros artistas importantes da época como Lúcio Alves e Altamiro Carrilho.
O artista iniciou sua carreira profissional no final da mesma década como integrante do grupo Altamiro e Seu Regional. Daí em diante, ganhou cada vez mais reconhecimento nacional e internacional, se notabilizando com seu piano.
Seu primeiro disco, Chá Dançante, foi lançado pela Odeon em 1956, com direção musical do estreante Tom Jobim. Dois anos depois, gravou com Minha Saudade e Mambinho com João Gilberto e se consolidou como um dos pioneiros da bossa-nova.
Nos anos 1966, João Donato começou a escrever letras para suas composições instrumentais e firmou novas parcerias na MPB, ao lado de nomes como Chico Buarque, Aldir Blanc, Arnaldo Antunes, Cazuza, Gilberto Gil e o do poeta Haroldo de Campos.
Apesar de ter começado como um dos expoentes da bossa-nova, João Donato sempre foi considerado um músico criativo e capaz de promover as mais diversas fusões musicais. O talento do acriano, inclusive, foi reconhecido em 2010 com Grammy Latino, na categoria de melhor álbum de Jazz, pelo trabalho em Sambolero.
Ele também foi indicato à premiação em 2016, na categoria de melhor álbum instrumental com o álbum Donato Elétrico, e em 2022, na categoria melhor álbum de música popular brasileira, com Síntese do Lance.