O assassinato brutal da vereadora Marielle Franco fez com que a arquiteta Monica Benicio ganhasse, da noite para o dia, o título de viúva. Para quem acompanhou o desdobramento do caso pela mídia, ficaram marcadas as lágrimas, as camisetas de Monica sempre pedindo justiça para a mulher, que lhe foi tirada a tiros, a dor enquanto acompanhava as investigações e as falas firmes sempre permeadas por cobranças.
“Você fica virando o mundo de um lado para o outro, buscando justiça porque uma pessoa foi assassinada e o Estado não responde. Mergulha a sua vida nisso, e ninguém sabe o tanto de sofrimento, terapia, remédio, dor, abandono, o tanto de coisa que não está na mídia nem no Instagram”, diz Monica.
Foi em meio à luta por justiça por Marielle que Monica conseguiu, depois de muito tempo, sentir que era hora de retomar a vida.”Quando você tenta recobrar minimamente uma vida sã, do autocuidado, do gostar mesmo de viver, parece que está errado e que tem que viver eternamente sozinha e chorando para provar que o o amor era legítimo”, pondera.
Aos poucos, uma companheira de luta se aproximou. E veio o humor. E veio o amor. E é para falar de amor, luto e vigilância por justiça que Monica apresenta sua namorada, a cantora Marina Iris, para Universa.
“Você quer a versão de quem da história?”, diz Monica em tom sarcástico, ao responder sobre como tinha começado o relacionamento com a cantora conhecida nas rodas do samba carioca.
Em meio à pandemia de coronavírus, a arquiteta topou receber a equipe de Universa em sua casa, um apartamento pequeno e aconchegante no Rio, onde decidiram passar juntas a quarentena, para falar de amor.
No apartamento, a recepção fica por conta de Chico, um golden retriever caramelo de 1 ano e 7 meses, que pula, lambe e quer muito brincar, indiferente aos protocolos de distanciamento social impostos pelo coronavírus. (UOL/Universa)