O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF),  votou em manter a pena de 44 anos e dois meses de prisão para o  ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro. Em sessão de julgamento ocorrida no plenário virtual iniciada, nesta segunda-feira (6), Lewandowski, relator de um recurso ingressado pela defesa de Arcanjo, foi seguido pelo também ministro Gilmar Mendes.

Os ministros Nunes Marques e Edson Fachin, que também são membros da Segunda Turma do STF, ainda não apresentaram seus votos. João Arcanjo foi condenado por ser o mandante do assassinato de Rivelino Jacques Brunini, e também de Fauze Rachid Jaudy, no ano de 2002, em plena Avenida Rubens de Mendonça (CPA), em Cuiabá.

Se o STF confirmar o entendimento do STJ, o ex-bicheiro pode voltar a usar tornozeleira eletrônica. Hoje, João Arcanjo cumpre pena no regime aberto.

Assassinato

O dia 5 de junho de 2002 ficou marcado em Cuiabá por um crime que envolveu a disputa pelo controle de jogos ilegais no Estado. João Arcanjo Ribeiro, mandachuva do “Jogo do Bicho”, e outros dois criminosos que agiam sob seu comando – Júlio Bachs Mayada e Célio Alves de Souza -, foram os responsáveis pela morte do empresário e radialista Rivelino Jacques Brunini, ligado a redes de “caça-níqueis” em Mato Grosso.

De acordo com a denúncia do Ministério Público do Estado (MPMT), João Arcanjo seria o mandante do crime. O atentado também vitimou Fauze Rachid Jaudy, que chegou a ser socorrido mas morreu no hospital. O trio também foi condenado pela tentativa de homicídio de Gisleno Fernandes, que conseguiu sobreviver.

Um terceiro “ex-pistoleiro”, o ex-cabo da Polícia Militar Hércules Agostinho Araújo, confessou em 2012 ter atirado em Rivelino Brunini. Ele foi condenado a 45 anos de prisão.

Ainda segundo a denúncia do MPMT, Rivelino Brunini estaria em contato com agentes de jogos ilegais que atuam no Estado do Rio de Janeiro para “tomar território” de João Arcanjo em Mato Grosso. O ex-bicheiro, então, ordenou que Júlio Bachs Mayada e o ex-coronel da PM, Carlos Lepeuster (que morreu de câncer em 2007), contratassem os pistoleiros Célio Alves de Souza e Hércules Agostinho Araújo para assassinar Brunini.

Atualmente, João Arcanjo Ribeiro cumpre prisão em regime semiaberto por outras condenações, como a morte do jornalista Sávio Brandão, fundador do jornal Folha do Estado.