A convite do senador mato-grossense Wellington Fagundes (PL), o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, confirmou que participará da reunião da Comissão Temporária do Senado sobre a Covid-19. Ele quer conhecer e debater o projeto que prevê a ampliação da produção de imunizantes para combater o Coronavírus, com a inclusão do parque industrial que hoje produz vacinas para defesa de animais. A reunião será segunda-feira, 29, às 9 da manhã (horário de Brasília)
Marcelo Queiroga classificou a inclusão dos três super laboratórios vinculados ao Sindicato Nacional das Indústrias de Produtos para Saúde Animal (Sindam) na linha de produção da vacina humana como “excelente alternativa” para que o Governo consiga cumprir com a proposta de vacinar 1 milhão de pessoas por dia a partir de abril. O objetivo é antecipar o cronograma de vacinação.
“Precisamos reverter esse cenário. No momento, a maneira mais eficiente é a vacinação” – disse. Ele explicou a Wellington, que relata a CT Covid-19, que o ministério tem feito gestões para promover vacinação ampla para os brasileiros. Reconheceu que a campanha começou devagar, mas que já está avançando. “Não temos volume suficiente ainda neste momento” – frisou.
Após conhecer o teor do documento das indústrias de produtos para saúde animal, Queiroga disse ser necessário, inicialmente, que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorize o uso emergencial ou definitivo da vacina. No começo da noite de sexta-feira, o ministro e o senador Wellington Fagundes se reuniram com o presidente da Anvisa, Antônio Barra. “Se a gente conseguir os insumos que são usados pela Coronavac, teríamos condições de produzir em uma velocidade maior no Brasil” – acrescentou.
Wellington fez questão de frisar que a iniciativa dos laboratórios que produzem vacinas para imunizar animais não têm qualquer interesse comercial. O setor reúne 28 laboratórios, sendo três deles classificados na categoria NB3+, o mais elevado nível de biossegurança, exigido para produção de vacinas animais. Segundo o senador, com pequenos ajustes para elevar a categoria para NB4, esses laboratórios são capazes de produzir até 400 milhões de doses em até 90 dias.
“É um trabalho humanitário, onde todos estão envolvidos na luta contra o coronavírus. Eles já têm toda a tecnologia de desenvolvimento, bastando trazer a célula-semente” – assinalou.
Entre os laboratórios disponíveis para produção de vacina para a Covid-19 está a Merck & Co. ou Merck Sharp & Dohme, empresa farmacêutica, química e de ciências biológicas global presente em 67 países. As outras duas plantas são da Ceva Brasil, que dispõe de quatro centros internacionais principais, com 19 centros regionais de produção pelo mundo, e a Ouro Fino, que exporta produtos para vários países.
No dia anterior, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina Dias, também manifestou apoio à proposta que está sendo articulada pelo relator da Comissão Temporária da Covid-19. Ela confirmou a segurança e a tecnologia empregada na produção dos imunizantes, que são fabricados seguindo as recomendações do Ministério e também da própria Anvisa.