O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, comunicou ao senador Wellington Fagundes (PL-MT), relator da Comissão Temporária da Covid-19, a remessa de 177.250 doses de vacinas da Oxford/Astrazeca para serem aplicadas na população que habita os municípios da fronteira de Mato Grosso com a Bolívia. O comunicado foi uma resposta ao requerimento apresentado pelo parlamentar para que o Ministério efetivasse o bloqueio sanitário para evitar o ingresso da variante andina do novo coronavírus em solo brasileiro.
Na visita a Mato Grosso, na última sexta-feira, Queiroga já havia sinalizado a inclusão dos 28 municípios que fazem fronteira do Estado com a Bolívia nas prioridades do Programa Nacional de Imunização, o PNI. O assunto foi tratado também com o governador Mauro Mendes. “Nossa expectativa é de o Estado possa avançar o mais rapidamente possível nessa imunização” – disse o senador.
O carregamento das vacinas foi enviadas em duas remessas, nesta quinta-feira, 15. O Governo do Estado informou que imediatamente após a chegada do imunizante, as equipes da Vigilância Estadual trabalharão no recebimento das doses, na conferência da quantidade, na catalogação dos imunizantes, no encaixotamento para distribuição e retirada dos municípios.
“A perda de vidas humanas em uma proporção tão avassaladora exige de todos nós uma postura humanitária e combativa diante desse inimigo invisível que nos assola” – disse Fagundes, ao agradecer o empenho do ministro no atendimento da reivindicação.
Em dezembro do ano passado foi detectada, no Peru, uma nova variante do SARS-CoV-2. Essa variante, chamada Lambda, tornou-se dominante em seu país de origem, espalhou-se pela maioria dos países sul-americanos e já foi detectada que cerca de 30 outros países. “Como se trata de uma variante recente, ainda não sabemos muito a seu respeito, mas já sabemos que ela tem maior resistência aos efeitos de algumas vacinas, como a Pfizer e a CoronaVac” – frisou.
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul dividem quase 2.500 quilômetros de terras com Bolívia e Paraguai, e 60% dessas terras são fronteiras secas, de muito fácil transposição. Além disso, temos sete cidades-gêmeas, intimamente conectadas com suas contrapartes sul-americanas. “Nossa experiência histórica como Estados fronteiriços e de forte tradição agropecuária nos permite afirmar que o controle da circulação de doenças nessas extensas e remotas fronteiras só pode ser totalmente implementada por meio de uma cobertura vacinal eficiente e universal” – ele acrescentou.