O Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro abriu inquérito civil para apurar o atraso salarial no Vasco. Além da falta de pagamento da remuneração de funcionários e jogadores, o MPT-RJ investiga o não recolhimento, por parte do clube, de FGTS, INSS e férias gozadas em 2018 e 2019, anos estes de gestão do presidente Alexandre Campello.
Alexandre Campello no treino do Vasco — Foto: André Durão
No caso da falta de recolhimento de FGTS e INSS, a averiguação do MPT-RJ é também sobre o ano de 2017. Na ocasião, o presidente era Eurico Miranda.
A instauração do inquérito foi informada em portaria do MPT-RJ publicada no último dia 9 de janeiro. Na mesma data, o órgão pediu informações e solicitou a defesa do time de São Januário sobre os seguintes tópicos:
- Ausência de pagamento dos salários de setembro, outubro e novembro de 2019.
- Impontualidade habitual e superior a 90 dias no pagamento dos salários, nos anos de 2018 e 2019.
- Ausência dos recolhimentos devidos ao FGTS e ao INSS relativos aos anos de 2017, 2018 e 2019.
- Ausência de remuneração das férias gozadas em 2018 e 2019.
Foi dado um prazo de 30 dias para manifestação do Vasco. Por ora, nenhuma conclusão foi tomada por parte do MPT-RJ.
O que é um inquérito civil?
Inquérito civil é o nome dado a um procedimento administrativo, cuja instauração e presidência são exclusivas do Ministério Público. Entre outros fins, visa a colher provas de eventuais crimes a serem levadas à Justiça, por meio da ação civil pública.
A dificuldade financeira do Vasco
O Vasco convive com atrasos salariais desde 2018. O débito atual, com os jogadores, é de novembro, 13º e férias. Dezembro, conforme acordo interno, só vence no dia 20 de janeiro. Há ainda pendência nos direitos de imagem.
A situação é um pouco diferente no que diz respeito aos funcionários. O mês de outubro foi pago a quem recebe até R$ 3 mil. Há atraso, então, de novembro, 13º e férias. Assim como os jogadores, dezembro só vence no dia 20 de janeiro.
Ao final do ano passado, o presidente Alexandre Campello se manifestou sobre o tema em uma rede social. Disse que a necessidade de pagar R$ 32 milhões em dívidas impediu o clube de cumprir a promessa de regularizar os salários antes da chegada de 2020 e anunciou que tentava uma operação (empréstimo) para obtenção de recursos. No começo da pré-temporada, em reunião com o elenco, voltou a garantir empenho na normalização dos pagamentos. Informou que a ideia era quitar ao menos parte do débito até o dia 20 de janeiro, porém, lideranças do grupo sabem da dificuldade e da possibilidade de o prazo não ser respeitado. (Globo Esporte)