Perto de completar dois anos do ocorrido, o Ministério Público do Rio denunciou onze pessoas pelo incêndio que matou dez adolescentes da base do Flamengo em 8 de fevereiro de 2019. Entre os denunciados estão o ex-presidente do clube Eduardo Bandeira de Mello, quatro pessoas da empresa que forneceu os contêineres que pegaram fogo, funcionários do clube e prestadores de serviços.
Embora parte dos problemas identificados pelas investigações tenha ocorrido em 2019, às vésperas do incêndio, nenhum dirigente da atual gestão – que assumiu o clube em janeiro daquele ano – foi denunciado.
Os 10 meninos mortos no incêndio do Ninho — Foto: Infoesporte
Se aceita a denúncia do MP, eles vão responder por incêndio culposo (sem intenção) que terminou em morte (de dez pessoas) e lesão corporal grave, no caso dos três jovens que sobreviveram. Como não foram denunciados por homicídio, e sim por incêndio culposo, eles não vão a júri popular. A denúncia foi distribuída para a 36ª Vara Criminal.
Em junho de 2019, a Polícia Civil indiciou oito pessoas. A denúncia feita nesta sexta-feira pelo MP tem três novos nomes, entre eles o de Carlos Noval, que era diretor da base do Flamengo e atualmente ocupa o cargo de gerente de transição da base. Os fatos questionados sobre sua conduta dizem respeito ao cargo que exercia na gestão anterior.
Quem foi denunciado:
- Eduardo Bandeira de Mello – ex-presidente do Flamengo
- Márcio Garotti – ex-diretor financeiro do Flamengo
- Carlos Noval – ex-diretor da base do Flamengo, atual gerente de transição do clube
- Luis Felipe Pondé – engenheiro do Flamengo
- Marcelo Sá – engenheiro do Flamengo
- Marcus Vinicius Medeiros – monitor do Flamengo
- Claudia Pereira Rodrigues – NHJ (empresa que forneceu os contêineres)
- Weslley Gimenes – NHJ
- Danilo da Silva Duarte – NHJ
- Fabio Hilário da Silva – NHJ
- Edson Colman da Silva – técnico em refrigeração
Para o Ministério Público, a principal causa do incêndio foi um curto-circuito provocado pela instalação elétrica que alimentava o ar condicionado dos alojamentos. Segundo as investigações, dois aparelhos de ar dos alojamentos começaram a apresentar pane no fim de janeiro de 2019. (Globo Esporte)