Grêmio chega à rodada #12 com o maior potencial de vitória, 62%, 49 pontos percentuais a mais do que o Coritiba, que embora tenha dado muito trabalho ao Internacional na rodada passada, segue sem vencer desde fevereiro. Os potenciais mais equilibrados estão em América-MG x Internacional, com vantagem para a equipe mineira. Já no jogo que encerra a rodada, entre Vasco e Cuiabá, o time carioca é considerado favorito (veja mais abaixo).

Analisamos 96.212 finalizações cadastradas pela equipe do Espião Estatístico em 3.909 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013 que servem de parâmetro para medir a produtividade atual das equipes a partir da expectativa de gol (xG), métrica consolidada internacionalmente (veja a metodologia no final do texto).

Favoritismos passa a apresentar gráficos com a evolução da média móvel em cinco jogos da produtividade de xG dos ataques e o permitido pelas defesas de cada equipe. Por eles é possível acompanhar se está crescendo ou diminuindo o nível de ameaça dos ataques e quais defesas estão mais e menos expostas a essas ameaças.

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Athletico-PR

 

  • Desde 2006, o Corinthians mais ganhou do que perdeu quando visitante contra o Athletico-PR pela Série A, com seis vitórias e quatro derrotas fora de casa, mas, neste ano, o Corinthians é o terceiro pior visitante, embora venha de vitória contra o Santos. As duas equipes têm usado titulares com média de 26 anos.
  • O Athletico-PR tem jogado principalmente com a bola rolando, trocando passes, com cinco dos últimos sete gols marcados assim. O Corinthians sofreu seis dos últimos sete gols em jogadas aéreas, assim como no ataque usou bolas altas para marcar cinco dos últimos sete gols. O Athletico-PR levou metade dos últimos dez gols pelo alto e metade em passes.

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Fluminense

 

  • O Fluminense é muito dominante quando recebe o Bahia pela Série A com cinco vitórias e apenas uma derrota em nove jogos desde 2006. Nesta edição, o time titular do Fluminense vinha rejuvenescendo, mas na rodada passada a média de idade voltou a subir, para 30,9 anos. A do Bahia caiu para 26,7 anos. O Fluminense tem a terceira eficiência mandante, um gol a cada 8,1 chances, e a segunda maior resistência defensiva caseira, um gol sofrido a cada 31 conclusões contrárias.
  • O Fluminense marcou e sofreu seis dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas, mas só dois dos últimos seis marcados e dos últimos cinco sofridos. A influência aérea caiu. O Bahia também sofreu seis dos últimos dez gols em jogada aéreas, mas a tendência é de alta, com seis gols dos últimos sete sofridos dessa forma. O Bahia usou bolas altas para marcar cinco dos últimos oito gols.

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Fortaleza

 

  • O Atlético-MG segue como o melhor mandante do Brasileirão, principalmente devido ao ótimo trabalho defensivo. Não sofreu gol em três dos seis jogos fora e tem a melhor defesa forasteira com quatro gols sofridos (0,67) porque é o visitante que menos sofre finalizações (11,8 por jogo) e tem a terceira maior resistência, um gol sofrido a cada dez conclusões contrárias. O Fortaleza não perde em casa há 11 jogos e só perdeu dois em 23 neste ano.
  • As duas equipes sofreram três dos últimos cinco gols a partir de jogadas aéreas, mas estão trocando passes para conseguir fazer gols. O Fortaleza marcou em jogadas rasteiras três dos últimos cinco gols, e o Atlético-MG quatro dos últimos seis gols.

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Cruzeiro

 

  • O Cruzeiro é o mandante que menos finaliza (média 17,3) e está com a pior eficiência mandante, um gol a cada 34,7 chances. O São Paulo é o quinto visitante que menos finaliza (13 em média) e tem a quinta menor eficiência, um gol a cada 16,3 tentativas.
  • Historicamente, o São Paulo dá trabalho quando visitante contra o Cruzeiro nos pontos corridos da Série A com sete vitórias e três derrotas desde 2006.
  • É de se esperar que o Cruzeiro ameace o São Paulo a partir de jogadas aéreas, pois marcou assim seis dos últimos oito gols. O São Paulo vem sofrendo metade dos últimos dez gols pelo alto e metade por baixo. O São Paulo marcou seis dos últimos sete gols em jogadas rasteiras, forma como, assim como o Cruzeiro sofreu três dos últimos cinco gols.

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Palmeiras

 

  • Dos últimos cinco jogos pelo Brasileirão, o Palmeiras disputou quatro como visitante, o que derrubou seu nível de ameaça para 0,86 gol por jogo, com média de dez finalizações em cada jogo como forasteiro. Em casa, tem média de 21 finalizações por partida (21) e a quinta maior eficiência, um gol a cada 8,8 chances.
  • Há forte potencial para gol do Palmeiras a partir de jogada aérea, já que a equipe marcou assim sete dos últimos dez gols e quatro dos últimos seis. O Botafogo sofreu dessa forma sete dos últimos dez gols e no ataque usou bolas altas para marcar seis dos últimos dez gols. O Palmeiras só sofreu após bolas altas dois dos últimos dez gols.

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Grêmio

 

  • As duas equipes foram rejuvenescendo o time titular até que na rodada passada foram a campo com média de 26,4 anos.
  • É na resistência defensiva que está o maior problema do Coritiba fora de casa, com a pior marca do Brasileirão, um gol sofrido a cada 6,8 conclusões contrárias. O Grêmio é o mandante que menos finaliza, mas tem um gol a cada 8,8 tentativas, sétima marca.
  • O Grêmio tem chegado ao gol principalmente em jogadas rasteiras, com seis dos últimos dez gols marcados assim, mesma influência rasteira dos gols sofridos pelo Coritiba. Se há potencial para o Grêmio fazer gol trocando passes, o Coritiba tem potencial para surpreender pelo alto por ter feito assim seis dos últimos dez gols, mesmo influência aérea dos gols sofridos pelo Grêmio.

 

*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

Favorito >> América-MG

 

  • É um jogo de baixas eficiências. O América-MG está com a quinta pior eficiência ofensiva mandante, um gol a cada 12,3 tentativas, e com a terceira pior resistência defensiva caseira, um gol sofrido a cada 6,2 conclusões contrárias. O Internacional está com a sexta pior eficiência ofensiva visitante, um gol a cada 15,8 chances, e a 11ª resistência defensiva, um gol sofrido a cada 10 conclusões contrárias.
  • Na média, as duas equipes estão com nível de ameaça de um gol por jogo pela métrica de xG. O potencial é que esse gol surja a partir de jogada aérea: o América-MG marcou, e o Internacional sofreu seis dos últimos dez gols dessa forma, e o Internacional fez, e o América-MG levou sete dos últimos dez gols assim.

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Flamengo

 

  • Ainda que venha de uma goleada sofrida fora de casa para o Bragantino por 4 a 0, o Flamengo tem a maior eficiência ofensiva visitante, com um gol a cada 6,6 tentativas, e o Santos, a oitava resistência caseira, com um gol sofrido a cada 14,2 conclusões contrárias.
  • O Santos vem buscando o gol em jogadas rasteiras, com sete dos últimos dez gol marcados dessa forma, e o Flamengo sofreu assim seis dos últimos dez gols. O Flamengo também trocou passes para fazer sete dos últimos dez gols, mas o Santos só sofreu três dos últimos dez gols com os adversários trocando passes. Foram sete em jogadas aéreas.

 

 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Bragantino

 

  • Após a goleada sobre o Flamengo, o Bragantino vai repetir o belo futebol contra o Goiás, que tem a sexta maior resistência defensiva forasteira com um gol sofrido a cada 13,5 conclusões contrárias? O Bragantino está com a oitava eficiência mandante, um gol a cada 8,8 chances. Apesar de ser o mandante que menos finaliza, tem potencial para fazer dois gols.
  • O jogo tem potencial para gol do Bragantino a partir de jogada aérea porque fez assim seis dos últimos dez gols, e o Goiás sofreu dessa forma quatro dos últimos cinco gols (metade dos últimos dez). O Goiás usou bolas aéreas para fazer seis dos últimos oito gols, mas o Bragantino só levou assim três dos últimos dez gols.

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Vasco

 

  • O Vasco é o pior mandante do Brasileirão, com um ponto conquistado em 15 disputados, e o Cuiabá, o terceiro melhor visitante, com dez pontos em 18.
  • O Vasco perdeu os últimos seis jogos e só venceu uma das últimas 14 partidas (1 V, 4 E, 9 D, 17%). Em uma espécie de reformulação, o Vasco tem ido a campo com média de 23,9 anos, praticamente uma equipe olímpica. A média do Cuiabá varia entre 27 e 28 anos. Dos últimos 14 jogos, o Cuiabá teve 6 V, 3 E, 5 D, 50%).
  • O jogo tem forte potencial para gol a partir de jogada aérea. O Cuiabá marcou e sofreu e o Vasco levou seis dos últimos dez gols dessa forma, e o Vasco marcou sete dos últimos dez gols desse mesmo modo, tendo feito 14 dos últimos 17 gols usando bolas altas.

 

Metodologia

 

Favoritismos apresenta o potencial que cada time carrega no Brasileirão 2023 comparando o desempenho nos últimos 60 dias como mandante ou visitante em todas as competições e nos últimos seis jogos oficiais, independentemente do mando. Também são consideradas as performances defensiva e ofensiva das equipes no jogo aéreo e no rasteiro. Os cálculos referentes à influência de bolas altas e de troca de passes rasteiros entre gols marcados e sofridos só consideram as características dos gols marcados em jogadas. Gols olímpicos, cobranças de pênaltis e de faltas diretas não contam para determinar a influência aérea ou rasteira por serem cobranças feitas diretamente para o gol.

Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 96.212 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.909 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013. Consideramos a distância e o ângulo da finalização, além de características relacionadas à origem da jogada (por exemplo, se veio de um cruzamento, falta direta ou de uma roubada de bola), a parte do corpo utilizada, se a finalização foi feita de primeira, a diferença de valor mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização.

O desempenho de um jogador é comparado com a média para a posição dele, seja atacante, meia, volante, lateral ou zagueiro, e consideramos o que se esperava da finalização se feita com o “pé bom” (o direito para os destros, o esquerdo para os canhotos) e para o “pé ruim” (o oposto). Foram identificados os ambidestros, que chutam aproximadamente o mesmo número de vezes com cada pé.

De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo.

O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo intervalo de tempo (o jogo). Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.

*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, João Guerra, Leandro Silva, Roberto Maleson, Roberto Teixeira, Valmir Storti e Vitória Lemos. (GE/Espião Estatístico)