O governador Mauro Mendes (DEM) voltou a criticar a Petrobras nesta segunda-feira (25), após o anúncio de mais uma rodada de aumento nos preços dos combustíveis nas refinarias da estatal. Em conversa com jornalistas durante o lançamento do Programa Carbono Neutro MT, Mauro apontou que a petroleira está “arrancando o couro” dos brasileiros para dar lucro a acionistas “gringos”.

Mendes já havia sido contra outro aumento anunciado pela Petrobrás no início do mês. Na ocasião, ele havia anunciado um pacote de redução de imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias (ICMS) no diesel, de 17% para 16%, e na gasolina, de 25% para 23%. Contudo, o aumento anunciado no começo do mês já teria ‘comido’ toda o benefício do corte de imposto.

“A Petrobrás continua arrancando o couro dos brasileiros e aquilo que eu disse é a mais pura verdade. Ninguém aguenta um combustível tão caro para a empresa dar recorde histórico de lucro e mandar para gringo e para o próprio governo federal”, disparou Mendes.

Com o reajuste, o preço médio da gasolina vendido para as distribuidoras passará de R$ 2,98 o litro para R$ 3,19, um reajuste médio de R$ 0,21, o que representa alta de 7,04%. O litro do diesel que atualmente sai para as distribuidoras com o valor médio de R$ 3,06 custará R$ 3,34, um reajuste de R$ 0,38 por litro, resultando em alta de 9,04%.

No dia 9 deste mês a Petrobrás já havia anunciado alta de 7,2% na gasolina. Já a última alta do diesel aconteceu no dia 28 de setembro, quando a Petrobrás elevou em 8,89% o preço do combustível nas refinarias.

PRIVATIZAÇÃO NO RADAR

No começo desta tarde, a CNN noticiou a desestatização da companhia, o que aqueceu o mercado de ações fazendo com que a PETR4 – que traz maiores dividendos – saltasse 7,10%, passando a ser comercializada por R$ 29,11. Os ativos PETR3 apresentaram alta de 6,05%, cotados a R$ 29,59.

Há um projeto de lei em discussão entre a equipe econômica do governo federal para se desfazer das ações da Petrobras, que hoje representam 50,5% da estatal. O governo começaria a venda de ações pelos papéis que hoje são detidos pelo Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e pelo BNDESPAR, transformando a Petrobras em uma “corporation”, com capital pulverizado.