O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), em ação conjunta com as polícias Civil Militar, Penal e Sistema Socioeducativo, fazem uma verdadeira devassa dentro do sistema prisonal de Mato Grosso e deflagraram a Operação Suíte, em conjunto com o Gaeco Regional Governador Valadares e 6ª Promotora Criminal do município mineiro.
A operação apura a existência de organização criminosa que facilita, mediante pagamento, a entrada de aparelhos celulares, drogas e itens proibidos em estabelecimento prisional e o consequente uso e comércio destes itens pelos custodiados.
Os alvos poderão responder pelos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva e tráfico de drogas, praticados por organização criminosa. Em Mato Grosso, agentes do Gaeco cumpriram dois mandados, sendo um de prisão e o outro de busca e apreensão em Curvelândia (a 280 km de Cuiabá).
Foram apreendidos na cidade cinco celulares, um notebook, uma pistola 380, uma carabina 22, três cadernos com anotações, várias folhas de cheques, corrente de ouro, 12 rádios, sendo seis analógicos e seis comunicadores, munições, entre outros itens.
De acordo com a investigação, assim que chegavam à unidade prisional, os presos e condenados eram alocados provisoriamente em uma cela conhecida por “Suíte”, onde eram informados sobre como funcionava o “esquema” para ter acesso a aparelhos celulares, celas com sinal de celular, objetos proibidos na unidade etc. A facilitação para o ingresso dos referidos itens envolvia servidores públicos, presos integrantes de organizações criminosas e presos escolhidos como “faxinas” nos pavilhões.
Segundo o Gaeco (MG), os presos com acesso aos aparelhos continuavam a comandar o tráfico de drogas e crimes violentos nos respectivos territórios e ainda auferiam lucros com aluguéis ou revenda dos itens aos demais presos da unidade prisional.
Entre janeiro de 2020 e novembro de 2021, considerando que durante a maior parte do período a visitação social foi suspensa em razão da pandemia, foram apreendidos 359 aparelhos celulares dentro da unidade prisional da cidade.
Ao todo, foram cumpridos 30 mandados de prisão preventiva e 32 mandados de busca e apreensão, determinados pelo Juízo da Segunda Vara Criminal da Comarca de Governador Valadares/MG, e foram cumpridos nas seguintes cidades mineiras: Governador Valadares, Frei Inocêncio, Conselheiro Pena, Coronel Fabriciano, Timóteo, Conselheiro Lafaiete, Mateus Leme, Contagem e Carmo do Paranaíba, e em Rio Bananal/ES, Curvelândia/MT e São Paulo/SP.
Houve seis prisões em flagrante delito e três seguem foragidos. A deflagração da operação contou com o apoio da Polícia Militar, da Polícia Civil e da Corregedoria da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais, Gaeco/BH, Gaeco/Ipatinga e Gaeco/Patos de Minas, e dos Gaecos dos Estados de São Paulo, Mato Grosso e Espírito Santo, Polícia Militar e Polícia Civil do Estado do Mato Grosso e Polícia Civil do Estado de São Paulo.
Participaram da operação nove promotores de justiça dos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso e Espírito Santo, 115 policiais militares, sendo quatro destes da 5º Base Regional de Aviação do Estado (5ª Brave), dois policiais civis, quatro policiais penais e dois oficiais de Justiça do Estado de Minas Gerais, um policial civil e sete policiais militares do Estado de Mato Grosso, doze policiais militares do Estado do Espírito Santo, seis policiais civis do Estado de São Paulo.
Fonte: Rdnews