Médico do Atlético-MG, Rodrigo Barreiros concedeu entrevista à TV Galo e analisou os efeitos da Covid-19 no futebol. Falou sobre protocolos, exames e recuperação dos atletas.

O Galo sofreu com um surto de Covid-19 durante o Campeonato Brasileiro. O clube teve baixas no time, comissão técnica, funcionários e dirigentes. Todos estão recuperados. Mas o restabelecimento não é tão simples. Existem protocolos a serem seguidos e cuidados a tomar. Um jogador pode ter reflexos físicos e emocionais.

– Um atleta, geralmente, quando retorna da quarentena, já retorna com déficit muscular, de performance física, muitas vezes até um quadro psicológico mais afetado, porque é um período de quarentena, muitas vezes longe da família, medo do quadro evoluir para mais grave. Fatores que afetam na recuperação. Não tem como ter uma receita de bola de quanto tempo um atleta vai estar com 100% da performance após a infecção da Covid – disse o médico.

No Atlético, um dos jogadores que mais sentiu os efeitos pós-Covid foi o meia Alan Franco. Ele se contaminou com a doença enquanto estava com a seleção equatoriana. Cumpriu quarentena, voltou a treinar e a jogar, mas sem a intensidade de antes. Acabou perdendo espaço no time. Sampaoli chegou a comentar sobre a queda de rendimento do equatoriano.

– O atleta que teve a infecção da Covid é deixado em período de quarentena de 10 dias, caso ele se encontre assintomático durante três dias antes do décimo dia, ele é liberado para as atividades. Um atleta de alta performance faz os exames cardiológicos, além de exames laboratoriais para avaliar se teve algum comprometimento com relação ao risco de trombose ser maior, algum comprometimento da parte muscular e renal.

No total, o Atlético teve 11 jogadores do elenco principal com exames positivos para o novo coronavírus: Rafael, Everson, Victor, Guga, Allan, Réver, Gabriel, Jair, Alan, Alan Franco e Eduardo Vargas. O técnico Jorge Sampaoli, seus auxiliares e o diretor de futebol Alexandre Mattos também foram infectados.

Desde maio, o Galo busca seguir protocolos para reduzir os riscos de contaminação da Covid-19 no elenco.

– A gente mantém o mesmo rigor de todo protocolo, o distanciamento social, o uso de máscara, o uso de álcool gel. Tivemos os casos de atletas, da comissão técnica e funcionários, mas a gente tem as outras pessoas que continuam trabalhando e com risco ainda de serem contaminadas. A gente mantém o máximo rigor para evitar a contaminação dos demais membros do clube.  (Globo Esporte)