A 1ª Vara Criminal de Várzea Grande rejeitou o pedido de liberdade provisória apresentado por Jeffeson Nunes Veiga preso em flagrante após o acidente que matou o motorista de aplicativo Igor Rafael Alves dos Santos Silva, de 22 anos, e a diarista Marcelene Lucia Pereira, de 39 anos, no dia 8 de abril, na Avenida Filinto Müller, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá.

Ele pedia a redução no valor da fiança de R$ 48.480 mil, imposta pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) em 9 de maio.

O juiz Murilo Moura Mesquita não acatou os argumentos da defesa e lembrou que Jefferson já possui uma decisão em seu favor. No entanto, precisa efetuar o pagamento da fiança para ser liberado.

Além disso, o magistrado determinou que uma empresa localizada na Avenida Filinto Müller apresente as gravações do momento do acidente que vitimou fatalmente Marcelene e Igor. Segundo o juiz, no cumprimento do mandado, o oficial de justiça deve questionar sobre eventuais backup das imagens.

O empresa tem cinco dias para entregar as imagens ao Poder Judiciário de Mato Grosso.Dois carros bateram de frente e, com o impacto, avançaram sobre a calçada, atingindo uma mãe e uma criança — Foto: Reprodução

Dois carros bateram de frente e, com o impacto, avançaram sobre a calçada, atingindo uma mãe e uma criança — Foto: Reprodução

Decisão anterior

O TJMT determinou em 9 de maio a soltura do motorista Jefferson Nunes Veiga, preso em flagrante após o acidente no dia 8 de abril, na Avenida Filinto Müller, em Várzea Grande. No entanto, a soltura só deve acontecer mediante o pagamento de fiança de R$ 48.480 mil. A defesa do mecânico pediu à Justiça a diminuição do valor da multa, o que foi negado.

Jefferson é investigado por homicídio culposo na direção de veículo automotor, qualificado por influência de álcool e lesão corporal. Os desembargadores acataram o argumento da defesa de que não há previsão legal de prisão preventiva para crimes dolosos.

O relator do caso, desembargador Marcos Machado, destacou que a prisão preventiva foi fundamentada na garantia da ordem pública e na gravidade do crime.

No entanto, lembrou que o mecânico de bicicletas é réu primário, não tem antecedentes criminais, possui endereço fixo e o fato de não haver data estimada para a finalização do inquérito que apura o acidente.

Com isso, concedeu o pedido de liberdade, mediante o pagamento de fiança e determinou a suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do mecânico.

O acidente

O veículo que provocou o acidente seguia no sentido Filinto Müller e perdeu o controle. O carro invadiu o canteiro e passou para outro lado da pista, atingindo outro automóvel que estava na frente. O motorista é suspeito de embriaguez.

Após ser preso em flagrante, ele foi encaminhado para a delegacia. Em seguida, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) determinou a prisão preventiva do suspeito.

Segundo a Justiça, ele não teve direito à fiança no dia da prisão.

Protesto

Os motoristas por aplicativo realizaram um protesto nessa quarta-feira, em Cuiabá para pedir justiça pela morte de Igor Rafael Alves dos Santos Silva. A manifestação iniciou no Fórum de Cuiabá, passou pela sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) e pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT).

O protesto terminou no início da Orla do Porto, divisa de Cuiabá e Várzea Grande, município em que ocorreu o acidente.

De acordo com o Sindicato dos Motoristas Autônomos e por Aplicativo de Mato Grosso (Sindmaapp), o protesto foi um pedido por justiça no caso que vitimou Igor e também a sugestão de que as blitz da Lei Seca sejam realizadas em horário estendido por conta do grande número de motoristas bêbados que saem das festas.Igor morreu após ser atingido por carro na contramão — Foto: Arquivo pessoal

Igor morreu após ser atingido por carro na contramão — Foto: Arquivo pessoal