Todos os anos, nos dias próximos ao Solstício de Verão do Hemisfério Norte (entre 20 e 22 de junho), centenas de casais se reúnem em frente a um mausoléu no Cemitério Laken, em Bruxelas, na Bélgica. A tradição, que viralizou esta semana no TikTok, envolve observar um coração que se forma na construção funerária conforme o sol bate.

Um vídeo que mostra o mausoléu, publicado pelo perfil de TikTok History.may, conta uma triste história de amor que está por trás do monumento. A publicação já soma mais de 20,2 mil visualizações e 2,7 mil curtidas.

“Léonce, um trabalhador de mármore, estava devastado pela morte da esposa”, diz a legenda do vídeo. “Então ele criou um mausoléu para ela. Mas um fenômeno único ocorreu… todos os anos, no dia 21 de junho, às 12h, o sol cria um formato de coração”.

A origem do mausoléu

A instalação foi encomendada há mais de um século pelo marmorista Léonce Evrard, de forma a homenagear a sua esposa, Louise Flignot, enterrada no local. De acordo com a página Architect and Design, os dois se estabeleceram em Laeken em 1891, onde moraram até as suas mortes, em 1919 e 1916, respectivamente.

A capela foi projetada pelo arquiteto George de Larabrie como uma estrutura hexagonal de estilo neoclássico. Já a estátua, que parece estar “em luto”, foi esculpida pelo artista Pierre Theunis. Eles trabalharam em conjunto para dar vida ao lembrete de amor de Evrard. Veja mais imagens:

A explicação por trás do coração

Como explica um especialista em cemitérios ao site VRT NWS, basicamente, o que está por trás do fenômeno é uma pequena abertura em forma de círculo no teto da capela. Quando o Sol está em seu ponto mais alto durante o Solstício, os raios de luz brilham através da fenda, formando um coração.

Além do mausoléu de Léonce Evrard e Louise Flignot, o Cemitério Laken é conhecido por ser lar de dezenas de outras peças de arte, que servem de motivo para visitas de moradores e turistas. Por lá, é possível encontrar moldes originais de bronze da estátua “O Pensador”, de Auguste Rodin, e tantas outras obras dedicadas a monarcas, políticos, empresários, benfeitores e artistas do passado.

(Por Arthur Almeida)