Mauro e Mourão se reuniram na manhã desta terça-feira (10), no Palácio Paiaguás, em Cuiabá, para alinhar estratégias voltadas ao desenvolvimento, proteção e preservação da Amazônia Legal.
“Precisamos trabalhar de forma ostensiva na cobrança dos créditos de carbono por parte dos países ricos, conforme ficou definido em tantas reuniões e acordos internacionais. O que o Brasil faz hoje em termos de preservação ambiental nenhum país do mundo faz”, afirmou Mendes.
De acordo com o governador, somente o estado de Mato Grosso possui créditos acumulados da redução de carbono na faixa de 1 bilhão de toneladas.
“O que ocorreu de pagamento de compensação por esses créditos foi praticamente nada até agora. Mas é muito difícil agirmos sozinhos porque precisamos da liderança do Governo Federal, que é determinante. Aí sim poderemos exigir essa compensação de uma forma muito mais organizada e racional”, pontuou.
Mauro Mendes também relatou ao presidente que, na última semana, Mato Grosso lançou o Plano de Ação para combater o desmatamento ilegal e as queimadas.
Para o chefe do Executivo Estadual, um dos pilares para obter êxito nessa tarefa é tanto o Estado quanto o Governo conseguirem comunicar de forma eficiente os trabalhos desenvolvidos.
“Para se ter uma ideia, apesar de sermos um dos maiores produtores de grãos e da pecuária mundial, 62% do território de Mato Grosso está preservado. As estradas, as cidades, e toda a produção consomem 38%. Não existe nenhum estado ou país do mundo que consegue isso”, destacou.
O governador ainda pediu maior prioridade para os investimentos em infraestrutura e logística.
“A logística é fundamental para o nosso estado. É preciso intensificar as ações para viabilizar a FICO (Ferrovia de Integração Centro-Oeste), a Ferrogrão e a conclusão de toda a extensão da BR-163. Precisamos que a logística avance para nos tornarmos ainda mais competitivos”, concluiu.
Precificação do carbono
O presidente em exercício corroborou a fala do governador. De acordo com Mourão, que também é presidente do Conselho da Amazônia, o Governo Federal deverá buscar estudos técnicos para poder “precificar” a redução do CO2.
“O Brasil contribui com a estabilidade do clima do mundo e isso requer um custo muito grande. É uma discussão séria que precisa ser melhor debatida. A minha sugestão é buscar a Academia, para que faça um estudo de modo a precificar essa questão. Essa é uma das tarefas que iremos colocar em prática”, garantiu.
O reforço na infraestrutura de Mato Grosso também foi destacado pelo general Hamilton Mourão.
“O Estado de Mato Grosso perde 15% do valor de produção, no mínimo, por conta de deficiências na infraestrutura. Vamos continuar olhando com firmeza para a questão das ferrovias e da BR-163”, ressaltou.
Mourão adiantou que irá buscar uma maior integração do Governo Federal com os estados que compõem a Amazônia Legal, de forma a alinhar as melhores soluções para os problemas da região, em especial nos referentes às queimadas e desmatamento ilegal.
“Vamos investir em um trabalho de inteligência integrada para abastecer os bancos de dados de cada um dos governadores. Porque temos muitos sistemas que às vezes não conversam entre si. É preciso ter mais coordenação e integração de informações”, salientou.
Participaram da reunião os secretários de Estado Mauro Carvalho (Casa Civil), César Miranda (Desenvolvimento Econômico), Alberto Machado (Gabinete de Governo), Silvano Amaral (Agricultura Familiar) e Alex Marega (adjunto do Meio Ambiente).
Também estiveram presentes o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho; o procurador-geral de Justiça, promotor José Antônio Borges; o presidente do Tribunal de Contas do Estado, conselheiro Guilherme Maluf; o comandante da 13ª Brigada, general Reinaldo Salgado Beato; o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Normando Corral; e o presidente de honra da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt), Jandir Milan.