O governo do Estado de Mato Grosso caminhou na direção correta quando decidiu que a contratação de professores temporários para a rede estadual de ensino seria feita por meio de processo seletivo simplificado (PPS). Desta forma o processo ganha transparência e qualidade. No entanto, a execução desta adequada e apropriada medida começou de forma desastrosa para não dizer catastrófica.

No edital do PPS no item destinado a definição dos conteúdos da área de história a serem contemplados no certame (nos causa espanto quando encontramos pontos como: os primeiros habitantes do Brasil e do Espírito Santo, o Espírito Santo no contexto do império Ultramarino, o processo de independência e seus desdobramentos no Espírito Santo durante o Brasil império, o Espírito Santo no contexto brasileiro do século XX.

Esses grotescos erros cometidos pela instituição, de fora do nosso estado, que foi contratada pelo governo de Mato Grosso para a organização do PPS gera, por um lado, perplexidadee por outro forte ceticismo acerca das capacidades técnicas e acadêmicas desta instituição para a condução deste processo tão importante como é o caso deste certame.

A contratação desta instituição para realizar esse concurso nos causa estranheza, pois sabemos que o setor de concursos da Universidade Federal de Mato Grosso possui uma experiência de décadas na organização dos mais diversos concursos desde vestibulares até certames para contratação de profissionais nas mais diferentes áreas, já tendo prestado seus valiosos serviços tanto em Mato Grosso como também em diversos estados do país sempre com qualidade e transparência.

Diante do ocorrido é necessário perguntar o porquêdo governo do estado de Mato Grosso preterir a experiência e a expertise da UFMT em detrimento de uma instituição capaz de cometer um erro tão estapafúrdio como o que aconteceu nos pontos de história do PPS.

A UFMT tem um compromisso inquebrantável e irrevogável com o povo mato-grossense. Os 50 anos de história da nossa universidade provam e demonstram isso. Tenho a convicção de que a UFMT está sempre aberta e disposta a colaborar com o governo do estado de Mato Grosso visando e trabalhando pelo melhor para o nosso estado.

O história do estado do Espírito Santo merece e tem todo o nosso respeito pela sua importânciapara a história do Brasil, afinal foram nas areias de suas praias que José de Anchieta escreveu, pregou e catequizou por exemplo. Porém, sem chauvinismos, a história de Mato Grosso é também fundamental para o nosso país e precisa ser conhecida e respeitada.

*MARCUS DA SILVA CRUZ   é professor do Departamento de História da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Doutor em História e Diretor do   Instituto de Geografia, História e Documentação (IGHD/UFMT).

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