Mato Grosso dá, enfim, um grande passo na garantia dos direitos de cerca de 400 mil crianças e adolescentes. Depois de muito planejamento, debates, aumento de repasses para as escolas, capacitações, e respaldo do Ministério Público e do Poder Judiciário, a rede estadual de ensino está pronta para retomar as aulas na modalidade híbrida, o que vai acontecer no dia 3 de agosto. Vamos interromper um processo que ampliava, cada dia mais, o abismo existente entre a educação pública e a privada.
O retorno ocorre com apoio da grande maioria dos profissionais, dos pais e um desejo claro dos próprios estudantes que há mais de 1 ano e 4 meses estão fora das salas de aula e acumulam uma assustadora defasagem na aprendizagem, além de estarem expostos a tantos outros problemas sociais.
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No dia 23 de março do ano passado, quando as escolas deixaram de receber os estudantes em Mato Grosso, pouco ainda se sabia sobre este cruel vírus que veio para causar uma grande transformação na sociedade. Hoje, com base na ciência e após investimentos que superam R$ 170 milhões para garantir a biossegurança, é inadmissível impedir que os filhos das escolas públicas retornem.
Sim, porque a rede particular está funcionamento plenamente. Vinte e sete municípios de Mato Grosso também já retomaram as atividades. Vinte e quatro estados já voltaram ou voltam neste mês de agosto. E Mato Grosso não pode, não merece e não ficará para trás.
Nestes 16 meses de escolas fechadas, nossas crianças e adolescentes estão submetidos às atividades não presenciais. Os profissionais da educação se desdobraram, se reinventaram, e de todas as formas tentaram manter seus alunos “presentes”.
O governo vem investindo como nunca, mas além da defasagem na aprendizagem tivemos um crescimento assustador no índice de evasão escolar. E reforço, essas não são as únicas sequelas graves deste afastamento das salas de aula.
O ambiente escolar configura também espaço de proteção para os menores, especialmente os compreendidos na Primeira Infância e os que são vítimas de abusos e todas as formas de violência, inclusive no âmbito da família, além de ser espaço estratégico na segurança alimentar infanto-juvenil.
Nossas crianças e adolescentes já tiveram prejuízos que levarão anos para serem recuperados. Não dá mais para aceitar que os filhos da classe menos favorecida precisem ficar dentro de casa e, principalmente, nas ruas, correndo ainda mais riscos.
A rede estadual de ensino de Mato Grosso está sim preparada. Desde o ano passado não medimos esforços para que isso ocorra de forma segura. São mais de seis meses equipando e preparando as escolas para chegarmos ao dia de hoje.
No final do ano passado as escolas já começaram a receber verbas para ações de prevenção à disseminação do vírus. Os recursos para as escolas investirem em manutenções preventivas e corretivas foram triplicados. Os repasses automáticos para as escolas aumentaram 47%.
As secretarias de Estado de Educação e de Saúde elaboraram todos os protocolos de volta segura.
A Comissão Intergestores Bipartite inseriu os profissionais da educação como grupo prioritário à vacinação. O governo do Estado já garantiu a 1ª dose da vacina contra a covid-19 para todos os profissionais da educação de Mato Grosso.
A Seduc preparou materiais complementares para a recuperação da aprendizagem. Ampliou as capacitações dos profissionais da educação, que se tornaram contínuas.
O planejamento é sério e visa garantir que profissionais e alunos retomem, aos poucos, a educação olho no olho, que tecnologia nenhuma supera.
Estamos prontos para o retorno e contamos com o apoio dos nossos profissionais, dos pais e responsáveis.
Juntos somos mais fortes e vamos superar este momento. E logo vamos ter os resultados e saberemos que todo o esforço, dedicação e cuidados valeram a pena.
* ALAN RESENDE PORTO é secretário de Estado de Educação de Mato Grosso.
CONTATO: www.facebook.com/alan.porto.3766