Mato Grosso é o segundo estado brasileiro (e o primeiro da região Centro-Oeste) com mais municípios entre os 100 maiores PIB per capita (Produto Interno Bruto por habitante) do país, um total de 12. O primeiro é São Paulo, com 34 municípios, e o terceiro, Rio Grande do Sul, com 11, seguido de Minas Gerais, com 10. Na região Centro-Oeste, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2016, últimos sobre o PIB divulgados pela instituição, o segundo colocado é Goiás, com oito municípios, seguido por Mato Grosso do Sul, com cinco, e Brasília.

Os 12 municípios mato-grossenses são, pela ordem, Campos de Júlio, Santa Rita do Trivelato, Nova Ubiratã, Sapezal, Alto Taquari, Diamantino, Itiquira, Ipiranga do Norte, Campo Novo do Parecis, Santo Antônio do Leste, Santa Carmem e Querência. Os valores variam de R$ 202.309,42 a R$ 75.163,71. Todos têm em comum uma baixa densidade demográfica, que varia de menos de um habitante a 7,53 habitantes por quilômetro quadrado.

Têm também em comum o agronegócio como maior formador de seu PIB, com exceção de Querência, localizado no Nordeste mato-grossense, cujo maior peso é o setor de serviços. Os principais produtos cultivados são soja, milho e algodão (três culturas em que Mato Grosso é o maior produtor nacional), com exceção de Santa Carmem, no Médio Norte, que não produziu algodão no ano citado pelo IBGE. A soma de seus PIB (R$ 15,529 bilhões) equivale a 12,54% do total estadual de R$ 123,83 bilhões e a pouco menos de 70% do cuiabano, de R$ 22,2 bilhões.

Raio X

Os 12 municípios ocupam uma área de 93.880 km2 (9,388 milhões de hectares), equivalente a 10,39% do território mato-grossense, de 903.206 km2 (90,32 milhões de hectares). A população total, de 164.631 habitantes, representa 4,72% da população estadual, estimada em 2019 em 3,484 milhões de habitantes, e 26,88% da capital Cuiabá, de 612,5 mil habitantes. A densidade demográfica média (dos 12 municípios) é de 1,75 habitante por km2, menos da metade da estadual (3,86) e pouco mais de 7% da nacional, de cerca de 25 habitantes por km2.

A produção total de soja, milho e algodão nestes 12 municípios foi em 2018 de 19,511 milhões de toneladas (32% da safra estadual, de 60,99 milhões de toneladas), cultivadas numa área de 4,57 milhões de hectares (31,27% da área estadual, de 14,616 milhões de hectares). Segundo o IBGE, esta produção foi avaliada em R$ 16,89 bilhões ou 35,74% do total estadual, de R$ 47,268 bilhões.

Os 12 municípios colheram 9,4 milhões de toneladas de soja, quase 30% do total estadual – Foto de José Medeiros 

PIB per capita de cada um dos 12 municípios mato-grossenses e sua posição no ranking

MunicípioPIB per capita  R$  (2016)Ranking estadualRanking nacionalPopulaçãoÁrea (km2)
Campos de Júlio202.309,426.891  6.787
Santa Rita do Trivelato167.966,1618º3.439  4.734
Nova Ubiratã115.474,9939º11.98212.500
Sapezal113.763,9142º25.88113.624
Alto Taquari104.237,7048º10.847  1.440
Diamantino104.092,5849º22.041  8.191
Itiquira 91.162,7568º13.345  8.659
Ipiranga do Norte 89.906,5570º 7.667  3.466
Campo Novo do Parecis 86.709,7576º35.360  9.434
Santo Antônio do Leste 78.675,2210º88º 5.174  3.404
Santa Carmem 78.374,2611º90º 4.525  3.855
Querência 75.163,7112º98º17.479 17.786

 

Os 12 municípios foram responsáveis por mais da metyade da produção de algodão em caroço do Estado. 

 

Produção de soja, milho e algodão nos 12 municípios

ProdutoProdução  (ton)Área  (ha)Valor (em mil)
Soja 9.404.198  2.772.3738.823.650
Milho 8.360.440  1.391.3723.767.687
Algodão 1.747.356    407.1194.303.633
Total19.511,9944.570.76416.894,97

 

Produção de soja, milho e algodão em Mato Grosso

ProdutoProdução  (ton)Área  (ha)Valor (em mil)
Soja31.608.5629.437.84929.976.534
Milho26.172.5404.417.207  9.217.546
Algodão  3.211.351   761.864  8.074.751
Total60.992.45314.616.92047.268.831

 

Maiores do país têm a indústria como base econômica

Ao contrário dos 12 municípios mato-grossenses, cuja maior parte do PIB total é formada pelo setor agropecuário (a única exceção é Querência), os cinco primeiros maiores PIB per capita do país têm como base de sua economia o setor industrial – três são polo petroquímico (Paulínia, em São Paulo, São Francisco do Conde, na Bahia, e Triunfo, no Rio do Sul), um é gerador de energia (Selvíria, no Mato Grosso do Sul) e o outro é produtor de biocombustível (Brejo Alegre, em São Paulo).

Paulínia, a primeira do ranking, tem um PIB per capita de R$ 314.637,69. Com 109.424 habitantes, a maior parte (82,33%) de seu PIB total de R$ 31,5 bilhões, é composto pela indústria (R$ 15,04 bilhões) e serviços (R$ 10,89 bilhões). Como polo petroquímico, seu maior cartão postal é a Replan (Refinaria de Paulínia).

A segunda do ranking é a pequena Selvíria (R$ 306.138,63), fronteiriça à paulista Ilha Solteira. Com 6.529 habitantes, a maior parte (83,29%) de seu PIB total, de R$ 1,98 bilhão, é formado pelo setor industrial (R$ 1,64 bilhão) seguido da agropecuária, com R$ 239 milhões. Além da geração de energia, sua economia é baseada no plantio de eucalipto.

Localizado na região metropolitana de Salvador (BA), São Francisco do Conde é o terceiro do ranking, com um PIB per capita de R$ 296.459,35. Com uma população de 39.802 habitantes, seu PIB total, de R$ 11,79 bilhões, é formado basicamente pelo setor indústria (R$ 7,14 bilhões) e serviços (R$ 2,56 bilhões). É sede da Refinaria Landulfo Alves – Mataripe, a RLAM.

O quatro maior PIB per capita nacional (R$ 289.932,05) é a gaúcha Triunfo, sede de uma refinaria que leva o seu nome. Com uma população de 29.538 habitantes, seu PIB total, de R$ 9,14 bilhões, é formado basicamente pelo setor industrial (R$ 9,14 bilhões) e serviços (R$ 1,5 bilhão).

O quinto município é a, também paulista, pequeníssima Brejo Alegre, com 2.865 habitantes e PIB per capita de R$ 274.572,12. Seu PIB total, de R$ 766,05 milhões, é formado pelo setor industrial (R$ 640,8 milhões) e serviços (R$ 70,43 milhões). É sede de uma indústria de biocombustível.