A aliança do deputado federal Neri Geller (PP) e do senador Carlos Fávaro (PSD) aos partidos de esquerda não deve ser acompanhada por uma parcela de sua base de apoio. Essa é a avaliação da senadora Margareth Buzetti (PP), suplente de Fávaro, que afirmou nesta quinta-feira, 21 de julho, que irá se manter “fiel às convicções”.

Na prática, Buzetti afirma que não irá dar apoio aos partidos de esquerda que caminham com Neri e nem endossar a candidatura de Carlos Fávaro como oposição a Mauro. Apesar disso, vai manter o apoio ao projeto de senatoria do deputado federal.

Geller e Fávaro se aliaram aos partidos de esquerda após não conseguirem encontrar espaço no grupo do governador Mauro Mendes (União) para emplacar a candidatura de Neri ao Senado Federal. Esse movimento acabou causando uma reação forte de alguns aliados da dupla, que são mais alinhados aos ideais bolsonaristas, como é o caso de Margareth.

“Neri é o meu candidato ao Senado e somente ele. A coligação que eles fizerem, eu não vou seguir. Ele é meu candidato na questão partidária, sempre foi uma pessoa extremamente trabalhadora, meu apoio a ele está OK, mas eu não sigo com o partido nas coligações que fizeram”, disse, claramente.

Sobre a candidatura ao governo, Margareth disse que se manterá “fiel ao projeto que nos elegeu”, que tinha Mauro como aliado. Ela aponta ainda que não há tempo nem condições para construir uma candidatura de oposição.

“Já devia estar na rua essa candidatura né?! É um pouco tarde e o Mauro está fazendo um excelente governo. Se o Mauro estivesse fazendo um governo ruim, ok que aparecesse outros candidatos de última hora e pudessem fazer frente ao Mauro. Mas, não tem. O Mauro está fazendo um excelente governo e não tem o que discutir. Então, eu vejo que ele é o candidato e não vejo porque ter outro”, pontuou.

Buzetti apontou que a intensa polarização nas eleições deste ano criou uma situação complicada, tanto para os partidos quanto para os eleitores. Ela se disse surpresa com a movimentação a ida do PP e do PSD para a esquerda, pois se mantiveram aliados a Bolsonaro até o começo deste ano.

“Vai ter que votar na pessoa e não no partido. Eu estou fazendo isso, vou votar na pessoa e não no partido. Estou fiel às minhas convicções, que sempre foram muito claras. Eu sempre coloquei elas de uma forma clara e honesta, que eu defendo muito o setor produtivo. Não tem porque eu ir para o lado do PT, PCdoB e Psol, que sempre querem aumentar o Estado e são corporativistas. Só por isso. Acho que tem pessoas boas em todos os partidos”, concluiu.