Pede-se autocrítica da imprensa, por ter afirmado que Rogério Ceni era o técnico mais promissor do Brasil. É justo. Peçamos um congresso para quem deseja analisar um trabalho de doze jogos. Não é possível mais que gente séria entenda que exista um fracasso ou sucesso de um treinador depois de doze jogos. Por mais que Rogério Ceni tenha estreado no Flamengo em 11 de novembro, há dois meses, doze jogos são doze dias.
Mas que sejam dois meses. Em qualquer empresa do Brasil, período de experiência é equivalente a noventa dias. No futebol, é tempo para trocar dois treinadores.
Domènec Torrent teve 23 jogos. Rogério está há doze.
De fato, é desapontador, mas não é de se avaliar o sucesso ou fracasso por um tempo que não permite a montagem de uma equipe. Nesse cenário, Marcos Braz garante ao blog.
– Estou com o Rogério até o fim. Ele pode saltar do avião sem paraquedas que salto atrás e ofereço a proteção.
O dirigente faz o discurso certo. Mas insiste-se em avaliar um trabalho por doze jogos.
Há erros nestes dois meses. O principal talvez seja acreditar ser possível fazer o mesmo que Jorge Jesus fazia, apenas por executar o mesmo desenho tático e a mesma tentativa de ser ofensivo. Rogério Ceni aprendeu futebol de modo diferente. Jorge Jesus aprendeu a pressionar e subir as linhas na prática. Rogério, na teoria.
Não é ruim. Todos os jogadores e membros da comissão técnica confiam que Rogério será um treinador excelente no futuro. Só o tempo dirá. Mas doze jogos não dizem.