O advogado e professor  Marco Aurélio Marrafon (Cidadania),  ex-secretário de Estado de Educação,  é quem vai assumir a cadeira que pertence a Mato Grosso, na Câmara dos Deputados. Ele é o  beneficiado com a vaga aberta pela cassação do deputado federal Neri Geller (PP),  na Câmara Federal.

A decisão foi anunciada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE),  após a recontagem de votos referentes às eleições de 2018, para deputado federal.

 

Com a cassação de Neri Geller, a coligação formada por PRB, PP, PTB, PT, PMN, PODE, PROS e PR perdeu os 73.072 votos recebidos pelo progressista. Com isso, eles perderam na sobra de votos a quarta vaga e o grupo formado por PSDB, PPS (atual Cidadania), PSB e Solidariedade ficou como a vaga.

 

Em princípio a cadeira ficaria com Vander Alberto Masson (PSDB), que é prefeito em Tangará da Serra (248 quilômetros a noroeste  de Cuiabá). Todavia,   como ele tem interesse em assumir o cargo, deverá apresentar uma carta de renúncia. Somente se deixar a Prefeitura de Tangará da Serra é que Masson pode se habilitar ao cargo. O tucano ficou à frente de Marrafon por 20 votos, em 2018; e, por isso, é o primeiro suplente da coligação.

Na sequência, o TRE deverá encaminhar um ofício para o presidente da Câmara Federal, deputado Arthur Lira (PP-AL), pedindo a validação de Marco Marrafon como representante de Mato Grosso.

 

Neri Geller foi cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na terça-feira (23) por abuso de poder econômico e captação ilícita de recursos. A decisão tem caráter imediato e, com isso, ele perde a cadeira no Congresso Nacional e fica inelegível por oito anos, mas o parlamentar ainda recorre da decisão e conseguiu manter a campanha ativa, porém, sem poder usar o recurso do Fundo Eleitoral, no valor de R$ 2,7 milhões.

 

Chegou a ser cogitado que a advogada Gisela Simona (União) assumisse a vaga, por ser da mesma coligação, mas com a recontagem, ela acabou perdendo a oportunidade de assumir a cadeira, na Câmara Federal.

Marco Aurélio Marrafon é advogado, professor e doutor em Direito Constitucional. Ele foi secretário de Estado de Planejamento (Seplan) e secretário de Estado de Educação (Seduc), no governo Pedro Taques.

Em sua gestão, na Seduc, foi responsável por universalizar a implantação de aparelhos de ar condicionado, nas escolas da rede pública estadual. Marrafon também deu os passos iniciais nos estudos que resultaram na ampliação da rede de Escolas Estaduais Militaers, seguindo o modelo da Escola Tiradentes, de Cuiabá, administrada pela Polícia Militar de Mato grosso, com supervisão da Seduc.

Marco Marrafon foi presidente da Academia Brasileira de Direito Constitucional e autor de dezenas de livros, inclusive o polêmico “Crise dos Poderes da República”, que trata da falta de clareza nas “fronteiras”, freios e contrapesos no relacionamento  dos poder Executivo, Legislativo e Judiciário, no Brasil.