A International Board, órgão que regulamenta as regras do futebol, divulgou recentemente uma alteração do que é considerado “mão”. A partir de junho, se a bola tocar a parte superior do braço, mais próxima ao ombro, não será mais considerada infração. Embora a orientação possa parecer mais específica que a anterior, ainda restam algumas dúvidas em relação ao que é “mão na bola” e o que é “bola na mão”.
Por mais que a regra seja clara, ela não é capaz de prever tudo o que acontece no futebol. Jogadas em que a bola encosta na mão ou no braço dos jogadores estão entre as que geram mais dúvidas. Cabe, então, ao árbitro ser pragmático frente às generalidades das normas no tocante a “mão na bola” (quando há falta) ou “bola na mão” (quando não há). Este guia interativo ajuda a entender as interpretações e a aplicação da regra.
JOGADAS OFENSIVAS
Em muitos lances de gols anulados, torcedores enfurecidos reclamam que não houve intenção do jogador do time atacante de encostar na bola com a mão ou o braço. Essa aparente injustiça, no entanto, tem uma explicação.
Mão de atacante em lance de gol
A regra diz: “Considera-se infração se um jogador marcar um gol na baliza adversária diretamente após o toque na mão/braço, inclusive se for acidental.” E isso vale também se o contato criar uma oportunidade de gol logo em seguida.
MÃO NA BOLA – Mesmo sem intenção, jogadores do time atacante são penalizados se criam situações de gol.
Atacante chuta a bola na mão do defensor
Segundo a regra do futebol, não será considerada a infração se a bola tocar a mão ou o braço de um jogador “vinda diretamente da cabeça, corpo (incluindo os pés) de um adversário que se encontra próximo”.
JOGADAS DEFENSIVAS
Jogadores que defendem o time estão em circunstâncias que podem os deixar mais predispostos a participar de jogadas onde ocorrem dúvidas se a jogada foi “mão na bola” ou “bola na mão”. Nesses casos, o árbitro é fundamental para entender a situação, interpretar e aplicar a regra. Só que algumas vezes sobra cartão até para quem não teve a intenção do toque. Vamos analisar o que diz a regra para as situações:
Mão proposital
Estes casos são tão claros que não há discussão. Inclusive, quando um jogador de linha evita um gol com a mão, ele é imediatamente expulso. Na verdade, é uma ação que só se explica em casos extremos, mas mesmo assim é caracterizado o antijogo.
MÃO NA BOLA – Qualquer tentativa deliberada de mudar a trajetória da bola com a mão ou o braço
CARTÃO VERMELHO – É aplicado caso a interrupção da jogada tenha acontecido para impedir uma situação clara de gol.
CARTÃO AMARELO – É aplicado para punir o jogador que cometeu o antijogo que impediu a progressão da jogada.
Em lances de falta, jogadores da barreira são alvos fáceis. Muitas vezes, quando pulam para tentar bloquear a bola, seus braços e mãos podem criar uma volumetria não natural do corpo. Se forem tocados pela bola, mesmo que involuntariamente, a regra decreta a infração.
BOLA NA MÃO – Não há perigo de infração se mãos e braços ocuparem a área natural do corpo
MÃO NA BOLA – É falta se a bola tocar o braço ou mão acima do nível do ombro ou nas laterais do corpo
Numa situação em que um jogador está em queda, a regra diz que não é infração se a bola tocar o braço ou a mão e estes estiverem “entre o corpo e o solo num movimento de apoio, sem se afastar muito num plano lateral ou vertical”.
BOLA NA MÃO – Não é falta se a bola tocar o braço ou a mão de apoio, caso estes não estejam longe do corpo
MÃO NA BOLA – Se a mão ou braço tocados pela bola aumentam a volumetria natural do corpo, é infração
Disputas de bola pelo alto
Lances de bola aérea estão entre os mais discutidos pelos comentaristas de arbitragem. Pela dinâmica do jogo, muitas vezes o árbitro não está na melhor posição para apitar lances que precisam de interpretação e são definidos em detalhes.
BOLA NA MÃO – A jogada é normal se o movimento do jogador for natural e o toque involuntário
MÃO NA BOLA – É infração se a bola toca mão ou braco em volume não natural do corpo, mesmo vinda do adversário
É comum ver jogadores colocarem as mãos para trás ao tentar interceptar um passe ou cruzamento em seu campo de defesa. Essa é, talvez, a forma mais eficaz de evitar que a bola bata na mão ou no braço e cause alguma infração.
BOLA NA MÃO – Não é infração se a bola bate na mão ou braço que está junto ao corpo do jogador
MÃO NA BOLA – É falta se a bola bate no braço ou mão em posição que amplia a área natural do corpo
Bloqueio
Ao contrário do tipo anterior, em jogadas de bloqueio muitas vezes o jogador que atua na defesa sequer tem tempo de colocar o braço para trás de modo a evitar o toque. Mesmo sem intenção, há exemplos em que são aplicados, inclusive, cartões amarelos.
BOLA NA MÃO – A regra é válida da mesma forma, o jogador precisa manter braços e mãos em posição natural do corpo
MÃO NA BOLA – Se o jogador amplia seu volume corporal de forma não natural e há toque na mão ou braço, é infração
A bola rebatida para a mão
A regra do futebol considera que “normalmente” não é infração se a bola, vinda diretamente de outra parte do corpo do próprio jogador, toca a mão ou o braço. Mesmo assim, continua sendo levada em conta a volumetria não natural.
BOLA NA MÃO – Se a bola rebatida toca mão ou braço que esteja junto ao corpo, não é considerado infração
MÃO NA BOLA – Mesmo sem intenção, a bola rebatida não pode tocar mão ou braço que amplia a área do corpo
CRÉDITOS:
Design, ilustrações e animações / Alexandre Lage, Mario Leite, Tarso Moura e Vinícius Souza
Apuração e texo / Fabio Penna
Desenvolvimento / Diego Marcelo e Elihofni Lima
(Globo Esporte)