Vagner Mancini prefere não reclamar sobre o atual elenco do Corinthians, mas não se negou a falar sobre uma hipotética busca ideal por reforços para o plantel. No imaginário do treinador, “quatro ou cinco” jogadores do meio para frente formariam o cenário perfeito.
Ele sabe, porém, que não será assim. Em profunda crise financeira, o clube observa o mercado com cautela e ainda não fez contratações para o time profissional na atual temporada. Jogadores até poderão chegar, mas precisarão se encaixar em uma realidade “pés no chão”.
– Se eu pudesse escolher no mercado, buscaria de quatro a cinco jogadores (do meio para frente). Mas, como não temos o privilégio disso, estamos tentando com os garotos achar possibilidades diferentes.
– Vou mudar do dia para noite e colocar o sub-20? Claro que não. Temos que mesclar, botar para jogar e conseguir com eles algo novo. Se tenho intensidade maior, posso jogar de outras formas – disse Mancini, durante entrevista ao programa Donos da Bola, da Rádio Bandeirantes.
– Muitos (nomes) citados (no mercado). Alguns foram sondados e outros não. Fica complicado falar sobre nome, porque também gera em outras equipes uma força para que possa negociar com outros clubes, também. Se vierem atletas, chegarão atletas para colocar a camisa e jogar. Não temos intenção de barrar os meninos buscando incógnitas. Aposta é a base. Torcedor quer isso. São jogadores identificados com o clube, que sabem o que é o Corinthians. Temos vários há mais de dez anos no clube. Importante que a gente traga ainda mais ao nosso dia a dia jogadores identificados. Existe crise financeira, sim, mas não impossibilita a chegada de um jogador de peso desde que vá responder aquilo que vamos perguntar. Bote a camisa e faça gols – completou.
Em sua primeira resposta sobre a necessidade de reforçar o time, Mancini fez questão de deixar claro que foi avisado pela diretoria sobre as reais condições do caixa do clube e demais complicações. Por isso, prefere não tecer grandes reclamações a respeito da gestão de Duilio Monteiro Alves.
– Não posso admitir que meu elenco é o pior, tenho que pensar que é o melhor e vou tirar dele o máximo possível. Tenho passagens em clubes menores que tirei mais do que esperado, porque você mobiliza e tira mais do atleta. Todo mundo envolvido e pensando de forma positiva, o time acaba melhorando muito dentro de campo. Em termos técnicos, faltam atletas ao Corinthians. Reconheço isso. Não sei quando teremos reforços. Eu sabia de tudo isso. Não posso de maneira alguma falar alguma coisa contrária a isso. Sabia da dificuldade financeira, sabia que para escapar não teríamos reforços, sabia que no primeiro semestre seria reestruturação e não vou reclamar – analisou.
– Vou para campo trabalhar, melhorar jogador, melhorar o sistema de jogo. Vejo que nesses últimos jogos muita gente ficou preocupada, como eu também fiquei, mas tenho a chance de fazer um bom trabalho. Ninguém desaprende a jogar. Temos alguns meninos que são muito promissores, mas que ainda estão verdes. Não posso ser irresponsável. Preciso pensar tudo isso. Não penso sozinho, tenho uma equipe, que tenta não só ver os jogos, mas ver o quanto podemos tirar de cada jogador. Se hoje a torcida está chateada com A, B ou C, temos obrigação de melhorar – encerrou. (Globo Esporte)