Mais de 2,3 mil reeducandos do sistema prisional de Mato Grosso concluíram na quarta-feira (11.01) o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para Pessoas Privadas de Liberdade (PPL). O número de participantes mais que dobrou em comparação com 2021, quando 1.100 fizeram a prova.
As provas do Enem PPL foram aplicadas nesta terça-feira (10.01) e quarta-feira em 39 unidades prisionais em todo o estado, sem nenhum incidente. O Centro de Ressocialização Industrial de Várzea Grande Ahamenon Lemos Dantas teve o maior número de participantes. Foram 316 reeducandos inscritos.
O secretário-adjunto de Administração Penitenciária, Jean Gonçalves, destacou que o aumento dos inscritos está diretamente relacionado com a modernização do sistema prisional que vem sendo feita desde 2019, com a melhoria das estruturas das unidades e investimentos em educação.
“O governo fez investimentos importantes na área da educação e do trabalho, melhorando as condições das salas de aula e a qualidade de ensino. Com esses investimentos, os reeducandos se sentem mais preparados e encorajados a fazerem a prova em busca de conquistar espaço no mercado de trabalho ao deixar o cárcere”, explicou.
Segundo o diretor da unidade, Arnold Pacheco, 220 internos da Penitenciária Central do Estado (PCE) se inscreveram no exame e 198 fizeram a prova, demonstrando interesse dos internos nas oportunidades que o exame podem oferecer aos participantes fora do sistema prisional.
“É muito gratificante ver os recuperandos envolvidos nessa prova, porque esse é apenas um passo para um futuro fora da prisão. Oferecer um caminho para a ressocialização é nosso papel e vamos fazer o que for possível para transformar a vida dessas pessoas, enfrentando a criminalidade com educação e trabalho”, disse o diretor.
O coordenador de aplicação da Fundação Cesgranrio, Alessandro Vinícius Octaviano, que acompanhou a prova na ala dos trabalhadores da PCE, reconheceu o envolvimento dos reeducandos na realização do exame e afirma que o exame foi um sucesso em relação aos anos anteriores.
“Contando apenas com 10% de ausência, o que é igual a zero, pois em se tratando de uma unidade prisional há transferências e alvarás, que são procedimentos normais diários. Nas unidades escolas tradicionais o número de ausência pode chegar a 40% de faltosos”, detalhou Alessandro Vinícius.
“O sucesso se deve ao empenho da equipe, que não tem medido esforços para que o maior número de alunos possíveis possa participar do exame, e da direção pelo empenho para que tudo acontecesse da melhor forma possível”, completou.