Caso se confirme o anúncio feito pelo futuro ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, no terceiro governo de Lula (PT), o Brasil terá, a partir do ano que vem, cerca de 60% mais ministérios do que na configuração atual da Esplanada, sob comando de Jair Bolsonaro
Rui Costa declarou à imprensa neste sábado que o governo Lula terá 37 ministérios –14 a mais do que os atuais 23.
Entre as áreas mencionadas por Costa que devem voltar a ter ministro próprio estão Esportes, Portos, Transportes, Pesca e Cidades, além do retorno da trinca Fazenda, Planejamento e Indústria, atualmente concentrada sob o guarda-chuva do Ministério da Economia.
Algumas pastas deverão ser criadas, como a dos Povos Originários, que foi uma promessa de campanha do presidente eleito.
Apesar do aumento no número de ministérios, Costa afirmou que a orientação recebida é para que não sejam criados cargos novos. “Um pedido do presidente [Lula] foi não haver ampliação de cargos, ou seja, o custo e o volume de gastos se manter independente da quantidade de ministérios”, disse.
Ele explicou: “Como vamos transformar 23 em 37? Estamos usando a criatividade e inovando. As áreas meio serão unificadas, áreas comuns para vários ministérios. Hoje o Ministério da Economia desmembra em Industria e Planejamento, mas a área meio será a mesma. Racionaliza o gasto, com mesma equipe cuidando da área.”
Até o momento, Lula já anunciou sete nomes que irão compor o ministério no próximo governo: Rui Costa (Casa Civil), Margareth Menezes (Cultura), José Múcio Monteiro (Defesa), Fernando Haddad (Fazenda), Flávio Dino (Justiça), Mauro Vieira (Relações Internacionais) e Luiz Marinho (Trabalho), além de alocar o ex-senador e ex-ministro Aloizio Mercadante na presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Há expectativa de que o petista anuncie nos próximos dias mais nomes de futuros ministros para destravar a chamada PEC do Estouro em algumas bancadas, como PSD, MDB e União Brasil.
Negociações políticas
O futuro ministro-chefe da Casa Civil afirmou que não há impasse entre a composição do novo governo e a votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que flexibiliza a regra do teto de gastos para a manutenção do Bolsa Família em R$ 600. Matérias veiculadas na imprensa nos últimos dias apontam que lideranças partidárias na Câmara dos Deputados estariam condicionando a aprovação da PEC a possíveis indicações para ministérios.
“O presidente tem sido enfático que não quer misturar as duas coisas. Votação da Câmara com a escolha dos ministérios. Ele está sendo muito enfático, ele não irá misturar as duas coisas. A votação da Câmara, o presidente espera, nós esperamos, o povo brasileiro espera que a atitude da Câmara seja semelhante à do Senado. Ou seja, a votação ocorreu pela preocupação do Senado com o Brasil, com o povo brasileiro, com aqueles que mais passam necessidade no Brasil. O Senado, em momento nenhum, condicionou à uma negociação de ministérios ou de cargos, e a gente tem a confiança, crença, de que a Câmara fará a mesma coisa”, disse ele.