Luis Castro admitiu que o Botafogo jogou mal na manhã deste domingo, no empate por 1 a 1 com o Juventude, no Nilton Santos. Foi além: disse que o time precisa ser mais forte emocionalmente em jogos com estádio lotado.
Foi a segunda partida do Botafogo no Nilton Santos neste Brasileiro. Na estreia, a torcida esgotou os ingressos na derrota por 3 a 1 com o Corinthians. Neste domingo, mais uma partida com entradas esgotadas e nova frustração para os torcedores, com o empate.
“Tem sempre sabor de termos perdido alguma coisa. Não podemos esconder nossa desilusão com ou que fizemos e com o resultado. Não estivemos bem hoje, não estivemos em um bom dia. Não fizemos em campo o que esperávamos fazer. Do outro lado também tinha uma equipe que lutou pelo resultado. Nunca fomos estáveis no jogo”.
– Segundo tempo foi jogado muito pelo lado emocional. [Lado emocional] Esteve presente e rouba espaço do lado racional do jogo. Temos que adaptar à nova realidade do Botafogo, de estádio cheio. Obrigado aos torcedores. Até nisso os jogadores precisam se adaptar. É fantástico o conforto que vem da torcida. Queremos muito dar resposta positiva e, às vezes, isso atrapalha os caminhos. Eu acho que, emocionalmente, nós desequilibramos, mas o adversário fez com que isso acontecesse. Não foi um bom dia – disse Luis Castro.
Luis Castro em Botafogo x Juventude — Foto: André Durão / ge
O Botafogo tem cinco pontos no Brasileiro. A equipe volta a campo no domingo, novamente às 11h, contra o Flamengo.
Veja outros trechos da entrevista de Luis Castro:
Mudanças durante o jogo
Tchê Tchê é um jogador que traz racionalidade ao jogo. Que traz ritmos diferentes. Consegue ver o campo todo. A entrada do Diego, após termos começado segunda parte, veio para abrir nossos alas nos corredores. Laterais mais por dentro. Para tentar surpreender o adversário. Sabíamos que era um risco colocar o Matheus, porque Chay fazia um bom jogo. Abdicamos do espaço atrás do Erison, para um jogador não tão afastado. Para arrastar o central para zonas que permitissem o Matheus entrar. Mas foi um jogo mal jogada na nossa parte, minha intervenção não surtiu como queria.
Atuações individuais
Nós somos uma equipe claramente em construção. Temos jogadores que não jogavam há alguns meses. Alguns da Série B, mas isso pouco interessa agora. Internamente, interessa. Para fora, pouco interessa. Querem ganhar e nós também. Agora , de forma profunda e pormenores das coisas não aconteceram. As coisas não acontecem por acaso. Me agrada a equipe lutar até exaustão, esse lado emocional. A equipe tem que ter uma cara. Normalmente é identidade da torcida. É uma torcida trabalhadora, nós temos que ser. Uma torcida que tem esperança no futuro, temos que ter esperança no futuro. Um caminho com os mesmo valores. Tudo isso existe dentro da equipe. Os jogos não são bons ou maus vendo dessa vertente. Tem a qualidade do jogo.
– Hoje foi um jogo que majoritariamente não estivemos bem. Sob lado individual dos jogadores que citam, todos nós, todos vocês…quando na vossa profissão não tiveram dias bons? Textos que achei horríveis, dias que achei fantástico. Dias que ninguém gostou dos comentários. Podemos errar de vez em quando? Somos seres humanos. Isso vai nos acontecer sempre. Todos temos consciência que alguns deles não estiveram num bom dia e eu também sei que não estive. Isso é toda a gente. o que não gosto, abordando do tema individual, que o futebol seja um tourada, que sai touro morto em campo. Saímos vivos do campo, porque qualquer dia não temos plantel. No Botafogo, nosso conceito família é apoiar todos. Fácil ser família quando corre tudo bem. Temos tido momentos de provar família e vamos continuar juntos, todos sem exceção. Tão conscientes quando fazem bem e fazem mal.
Flamengo x Botafogo
Todos os clássicos são apaixonantes. Flamengo e Botafogo é um clássico como todos os outros. Geram muitas ilusões, muitas frustrações, alegria, tristeza. Futebol é isso. Com certeza vai ser um clássico cheio de paixão. Agora, o que vai acontecer até lá, não sabemos. Não sabemos como será a semana, tem desgaste físico. Não sabemos com quem poderemos contar. Mas a emoção do jogo, sempre fantástica. Jogar clássico é ótimo para nós treinadores. São jogos apaixonantes.
Mês de trabalho
Já abordamos jogos em determinados momentos em 3-4-3. Já abordamos jogos em 4-4-2. Já tivemos que jogar algumas vezes em 3-3-4. Já percorremos muita coisa. Isso só é possível pelo foco e concentração dos jogadores. Tem sido fantástico no trabalho. Há uma entrega. Tem vezes não aparece bem como hoje. Mesmo equipe que estão há tempo trabalhando, tem instabilidade. Espera do céu no futebol, não existe. (GE)