Conhecido por falar o que pensa e ter carregado o apelido de “doido” quase que como sobrenome, o técnico Lisca se considera mais amadurecido e credita essa experiência aos últimos meses no América-MG. Finalista do Campeonato Mineiro, o treinador também conseguiu o acesso à Série A do Brasileiro na última temporada. Em entrevista ao Seleção SporTV, o treinador falou sobre esse período no clube mineiro, elogiou os rivais Atlético-MG e Cruzeiro e sua fama de provocador.
– Quando eu vim para cá, o Salum, que era o presidente, também tinha essa ideia de tirar esse rótulo, esse personagem, essa questão de trabalho a curto prazo. Hoje, por incrível que pareça, eu sou o treinador mais longevo da Série A. E eu vou amadurecendo muito. Hoje eu posso ter mais tranquilidade também para trabalhar. Eu estou muito bem aqui, estou tranquilo, eu estou valorizado no clube. É um clube que me escuta bastante. Tudo isso é amadurecimento né? Tudo isso é crescimento na carreira.
“Eu considero sim essa passagem aqui no América, um passo importante, e o próximo passo tem que ser melhor ainda, então tem que ser tudo com calma e no momento certo”
Questionado sobre qual seria o próximo passo, já que teve seu nome especulado por clubes da Série A, Lisca destacou que é a final do Campeonato Mineiro, marcado para sábado, às 16h30, no Mineirão. Ele ressaltou que terá uma difícil missão pela frente. O Coelho precisa vencer (por qualquer placar) para ser campeão.
– É sábado, contra o Atlético-MG. Essa pedreirinha que eu tenho aqui. É só Hulk, Savarino, Keno, Nacho, Tchê Tchê. Só isso – disse.
O treinador relembrou a “polêmica” da semifinal contra o Cruzeiro, quando foi flagrado chamando o treinador celeste de freguês, dentro do vestiário. Ele destacou que foi uma brincadeira e teceu elogios ao colega.
“Quem tem fama deita na cama. Essa minha fama de doido é duro pra mim e quando aparece uma escorregada, os caras focam”.
Lisca e Felipe Conceição — Foto: Mourão Panda / América
– Eu cheguei aqui (América) de um trabalho herdado pelo Felipe Conceição. E eu cheguei aqui com um trabalho muito bem feito, com conceitos de jogo moderno, jogadores escolhidos por ele junto com a diretoria, dentro do modelo que ele já tinha estabelecido um ano antes. E eu dei sequência, a gente cresceu muito, e se nesse momento se o América está forte, o Felipe tem muita participação nisso.
Lisca reclamou das imagens que foram feitas dentro do vestiário. A Globo ressalta que a captação das imagens e do áudio entre Lisca e os jogadores do América-MG foi realizada fora do ambiente do vestiário, com equipamentos montados no gramado e dentro da cobertura jornalística e de transmissão do evento. Nenhum profissional da empresa trafegou por alguma área que não fosse permitida.
Fama de provocador
Lisca foi questionado sobre uma provocação que fez com o goleiro Fábio, do Cruzeiro, no primeiro jogo da semifinal do Mineiro. Na ocasião, Lisca falou que tiraria o jogador do gol do Cruzeiro. O treinador ressaltou que é um tipo de desestabilização emocional e que faz parte do jogo.
– O Fábio é um mito. O Cruzeiro saiu na frente e na comemoração, ele deram uma provocada. Normal. Nós fizemos o gol e eu também fiquei no direito de olhar para o banco de lá. Tudo é do jogo, não tem ofensa. É tudo tentando desestabilizar os caras. O jogo da volta foi tranquilo, não teve nada. Eu já discuti com jogadores e depois trabalhei junto. Isso faz parte do nosso trabalho. Não pode ter xingamento, ofensa à honra. (Globo Esporte)