Organizados através da Associação dos Povos Indígenas (Apib) e do Parlamento Indígena do Brasil (ParlaÍndio), indígenas de Mato Grosso prometem lançar candidaturas para deputados federais e estaduais nas eleições em outubro. Além de Mato Grosso, a meta é eleger parlamentares em São Paulo, Amazonas, Santa Catarina, Minas Gerais, Rondônia, Roraima, Acre, Ceará e Bahia. O movimento tem como líderes o cacique do Xingu, Raoni Metktire.
A estimativa do movimento, segundo matéria divulgada pela agência A Pública, é lançar 30 candidaturas indígenas. Apesar de ainda não ter anunciado quem serão os candidatos em Mato Grosso, já foi anunciado que serão por partidos de esquerda como PT, PSOL, PCdoB, PSB, Rede, PDT e PCB.
Uma das coordenadoras desse movimento é a pré-candidata a deputada federal em São Paulo, Sônia Guajajara (PSOL). Atualmente somente dois indígenas ocupam a Câmara dos Deputados e nenhum foi eleito para o Senado. “A ideia não só lançar candidaturas para ter visibilidade, mas lançar candidaturas para ganhar”, afirma Sônia.
De acordo com o Censo de 2010, existem 274 línguas indígenas no Brasil e 17,5% dos indígenas não falam português, o que coloca mais um entrave à articulação de uma bancada indígena nacional. Segundo Guajajara, o momento atual foi alcançado devido a uma visão comum da necessidade de “dar um basta nesse desmonte da política indigenista” e também a percepção de que a estratégia de anos anteriores, de cada povo lançar seus candidatos, não deu certo.