A liderança faz toda diferença no atingimento de grandes resultados para as organizações.

No filme “No coração do mar” é apresentado um enredo sobre acontecimentos reais, datado do ano de 1820. Trata-se de um filme sobre o navio baleiro cuja missão era caçar as baleias para se extrair o seu óleo. O filme foi inspirado na obra “Moby Dick”, escrita pelo norte-americano Herman Melville (1819-1891).

Antes da saída dessa caçada, foi determinado pelos empresários e políticos da época quem seria o capitão e o personagem que ocuparia a função de subcapitão.

A decisão dos responsáveis pela missão foi a escolha de George Pollard Jr. como o capitão da embarcação, e o seu subcapitão foi Owen Chase. Os dois não tinham um relacionamento pacífico, apesar de haver respeito à hierarquia por ambas as partes. Estava muito nítido que o subcapitão detinha mais conhecimento de causa e da prática do que o capitão.

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Em poucos dias de relacionamento entre eles, já se percebia, pelo filme, que haveria uma disputa pelo comando da embarcação.

Em um determinado momento do filme, o capitão, por sua teimosia, quis demonstrar a todos os presentes da missão que ele era o chefe, e quem mandava naquele espaço. Porém, de forma irracional e agindo por emoção, colocou em risco todos os homens da embarcação.

Ele ousou acelerar o barco em meio a uma tempestade, que pela lógica dos entendidos daquela situação, sobretudo do subcapitão, não era a decisão mais pertinente para o momento. Mas, infelizmente, essa decisão quase levou à deriva aquelas pessoas.

Até aqui já temos a demonstração de dois tipos de líderes: aquele que foi escolhido como capitão por questões pessoais, acesso e influência às autoridades, e por questões políticas, não obstante, não era o mais capacitado para a gestão daquele barco. A esse personagem, vamos denominar líder de direito, ou seja, é o chefe que, na minha percepção do filme, não era o mais qualificado para ocupar aquele cargo.

Já o subcapitão, seria o nosso líder de fato, pois apesar de não ser o responsável pela embarcação, conforme já exposto, era o que realmente dispunha de atribuições qualitativas e quantitativas para ser o verdadeiro responsável pela missão.

Nem sempre temos excelentes líderes ocupando os cargos de direito; os cargos de liderança de empresas, de famílias, de escolas, instituições públicas e privadas de forma geral.

Contudo, não podemos generalizar, pois há muitos lugares em que o líder de direito coincide com o líder de fato.

A liderança vai muito além de títulos e influências, nós deveríamos olhar de forma diferenciada para pessoas que têm potencial relevante para ser líder. No meu ponto de vista, líder é aquele que move as pessoas de um lugar para outro, que movimenta as pessoas com uma proposta de organização e de um projeto bem delineado, que move as pessoas para redirecionar os seus pensamentos, e que move as pessoas para obtenção de resultados satisfatórios para as instituições.

A preocupação do capitão era com o seu status e o seu ego. Ele não se preocupava com os homens que estavam ali dispostos a trabalhar e fazer o seu melhor. Já o subcapitão, desejava extrair o melhor de cada ser humano presente naquele barco, e não só isso: ele era um perito no assunto, resolvia as questões mais complexas, e fazia a sua parte, além do mais era perceptível a sua liderança.

A minha pergunta para você é: você é um líder de fato ou um líder de direito? Você deseja ser um líder de fato ou um líder de direito? O que você tem feito para equalizar a liderança de fato e de direito para o mesmo patamar?

Não há como existir duas cabeças de líderes em um mesmo espaço, com as mesmas atribuições. Se houver a condução da vida e saúde da instituição dessa forma, pode ser que essa “embarcação” se afunde de maneira sorrateira e o prejuízo será incalculável.

Aquele que detém capacidade para escolha da liderança deve pensar e ser uma pessoa sábia, a fim de evitar escolhas errôneas, que poderão comprometer o desenvolvimento e a sustentabilidade da organização.

O navio baleeiro Essex foi atacado por um cachalote de proporções gigantescas e assustadoras. Em alto-mar, o confronto com o animal foi desastroso para os membros da tripulação. O comando foi dividido. Vidas foram ceifadas. A luta pela sobrevivência levou os indivíduos a cometerem barbáries. Mesmo com todo o instinto de sobrevivência e a experiência de uma vida no mar daqueles homens, ainda assim, o desastre foi significativo.

Os propósitos e objetivos das instituições devem ser bem transparentes e se harmonizar com os mesmos planos e pensamentos da liderança e dos seus liderados.

O final do filme não foi tão feliz, pois a embarcação foi destruída, houve o perecimento de quase todos os trabalhadores. Resumindo, os poucos sobreviventes retornaram para as suas cidades por um verdadeiro milagre.

Que tenhamos sapiência para equilibrar as nossas habilidades, visando ser um líder de fato e de direito.

 

*FRANCISNEY LIBERATO BATISTA SIQUEIRA   é Auditor Público Externo do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso e e Chefe de gabinete de Conselheiro do TCE-MT.   Palestrante Nacional, Professor, Coach, Mentor, Advogado e Contador. Autor dos Livros “Mude sua vida em 50 dias”, “Como falar em público com eficiência”,  “A arte de ser feliz”;  “Singularidade”; “Reinvente sua vida” e “Como passar em concursos – Vol. 1 e 2”, “Como falar em público com excelência”, “Legado”, “Liderança” e “Ansiedade”. 

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