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-Ainda acontece
O contado foi que a vítima, não aguentando mais o ciúme excessivo do agressor, resolveu dissolver o relacionamento. E tudo indica que Laiany tinha razão.
Não havia motivo em continuar vivendo sem qualquer liberdade. A felicidade é algo buscado diuturnamente por todos e todas. Nascemos e crescemos buscando ser feliz.
É sabido que viver explicando que não está agindo levianamente e em deslealdade é horrível. O ciúme, quando toma conta da relação amorosa destrói tudo o que há de melhor.
Aqueles e aquelas que não confiam em seus parceiros ou parceiras acabam por fazer a infelicidade constante por onde passam. Quem sente ciúme enxerga o que não existe, pois, a ideia se encontra concebida, e nada irá mudar esse lastimável sentimento.
Dentro desse contexto, o feminicida de Laiany, não se conformando com o término do relacionamento, causado por ele, procurava a vítima constantemente.
Apesar dele ter causado muitos infortúnios na vida da mulher, por conta do ciúme, insistia no retorno. No dia do feminicídio o assassino telefonou para a vítima, que não o atendeu.
Ele, então, foi até a residência dela e a matou com pelo menos 18 facadas. Testemunhas disseram que, de início, quando o homem adentrou a casa, ouviram gritos de pedido de socorro. Ouviram, outrossim, estampidos de arma de fogo.
Além de cometer o delito, o homem se dirige com as mãos sujas de sangue à casa de familiares da vítima e relata que a matou. Se realmente tiros de arma de fogo houveram, a premeditação é óbvia. Quando ele foi ao encontro da ex-companheira não possuía outra intenção, senão matá-la.
As mulheres de Mato Grosso sofreram muito a morte da “menina” Laiany. Ela queria muito viver! Tinha muitos sonhos, juntamente com os seus rebentos! Se sonhos não tivesse, continuaria vivendo as agressões calada.
Não foi isso que ela escolheu. Ela desejou viver! Foi impedida cruelmente. O feminicida também impediu que duas vidas tivessem o importante acompanhamento no desenvolvimento dos carinhos maternos…
A jovem viveu por alguns instantes um filme de terror! É preciso acreditar que os agressores não estão mentindo, ou de brincadeira, quando afirmam que desejam matar as suas companheiras, ou ex-companheiras.
O amor está muito longe de qualquer agressão. Essa vítima foi morta em Peixoto de Azevedo/MT, e, por ironia do destino, no “Bairro Mãe de Deus”. Nada! Nada pôde conter a ira daquele homem em ser desprezado por ela. Se amasse, de verdade, só buscaria o bem e a felicidade daquela que um dia a chamou de “Amor”.
É fato: “Quem ama não mata!”.
*ROSANA LEITE ANTUNES DE BARROS é defensora pública no Estado de Mato Grosso
CONTATO: defensorarosanaleite@defensoriapublica.mt.gov.br/