Cantor, compositor, músico, produtor musical  Joaquim Costa Silva, bastante  conhecido pelo nome artítisco Kinyou Mega Show, está no ramo musical desde 1990, sendo considerado emergente na música do cenário cultural Centro-Oeste, principalmente em Mato Grosso.

 

Descontraído, porém, consciente, a forma como chama os fãs de “meus parentes” é um diferencial e parece ser um ponto chave de sua obra. Músico a 29 anos, foca em três gêneros: sertanejo, forró e lambadão. Porém, Kinyou curte cantar todos os ritmos e estilos.

Seu trabalho chama a atenção para a preservação das florestas, o cuidado com a terra, a água e o céu. Seus clipes em aldeias, como “Aldeia na Aroeira”, retratam a luta pelo equilíbrio e sobrevivência dos povos indígenas. Além disso, são dele alguns sucessos do momento, como “Piseiro do Dinossauro”, “Eu Tô Bombando” e “Cara Apaixonado”.

E  publicou a compilação “Trilogia das Mães” com 3 músicas inéditas em homenagem ao Dia das Mães, apresentando “Mãezinha Querida”, “Minha Mãe” e “Bebê Arco-íris”, disponíveis no seu canal no Youtube.

Em entrevista à colaboradora Edilene Cândida Ribeiro, Especial para o portal de notícias Cuiabano News, por chamada de vídeo, Kinyou fala da carreira, das paixões e também das perspectivas de futuro. Nascido em 1975, em Porto Alegre do Norte, a cidade que ele relata ser carinhosamente chamada de Pan Mato Grosso, Kinyou é pai de três filhos e agora espera mais um.

 

Como diz o artista, “sou musicista, compositor, intérprete, cantor… um pouco de locutor também, produtor fonográfico. As minhas composições, minhas músicas, o que eu produzo nos meus álbuns, tudo passa pela minha mão”. E, em meio a isso, tem como filosofia de vida marcar o mundo da música trazendo diferencial artístico e alegria.

Cuiabano News –  Quanto ao seu nome artístico, o que te motivou à escolha do mesmo?

Kinyou Mega Show –   Kin, na linguagem maia, significa completo; simboliza um deus que reunia todos os dons em um só. Então, usei o “quim” do final do meu nome com esse objetivo. E também, colocando o g, em inglês, king significa “rei”. Então, a intenção realmente era colocar algo que tinha a ver com o meu nome e fosse mais inteligente, digamos assim. Já o you significa “você” em inglês. Quanto ao “mega”, é porquê eu costumo ver a música pelo sentido mais amplo: todos os estilos, todos os gêneros musicais. E “show “ é porque eu já trabalho com isso mesmo, a arte que eu faço, que é tocar, cantar e animar a galera.

 

Cuiabano News –  Quais são os seus pontos fortes e fracos?

Kinyou Mega Show –  O músico não é a perfeição em pessoa. Todo mundo tem os seus pontos fracos, mas não olho para a música como algo para ser avaliado assim; eu acho que cada um pinta o seu próprio quadro, cada um dança a sua dança. É claro que vão ter músicos que fazem melhor, pintores melhores, dançarinos melhores. De qualquer forma, o ser humano sempre tem o objetivo de dar o seu melhor. Não penso pela ótica de ser fraco, de ser forte. Acho que o artista está dando a sua vida a isso.

Cuiabano News –  Qual o seu gênero musical e os principais sucessos e maiores sucessos?

Kinyou Mega Show –  É importante dizer que eu trabalho dentro de três gêneros, o sertanejo, o forró e o lambadão.

 

No lambadão, a música “Juju”, foi uma das mais conhecidas. Mas há outras músicas, como “Poconeana”, “Eu Tô bombando”, diversas músicas reconhecidas por esse grande público e regravadas por diversas bandas.

 

No sertanejo, algumas músicas como “Pinga na goela”, “Dinheiro Traz Felicidade”, músicas que também tiveram reconhecimento, como as músicas

que fiz para o Arizona, para o Câmera Show. Essa música, “Dinheiro Traz Felicidade”, tem como objetivo fazer uma crítica, mas dentro dessa linguagem romântica, apaixonada de Goiás, essa galera que faz bastante sertanejo nessa linha.

 

Dentro do forró, tem “Eu Sou do Pan” que foi a música feita para Porto Alegre do Norte, minha cidade natal, assim como “Confresinha do Amor” e outras músicas em homenagens a diversas cidades. Também fiz algumas músicas românticas como “Na Areia Branca”, “Chama Coração”, entre outras.

 

Cuiabano News –  Quantos discos você já gravou?

Kinyou Mega Show –  Sou músico a 29 anos, gravei diversos trabalhos. Quando tivemos a oportunidade de registrar isso, foi nos CDs. Na época do vinil a gente não conseguiu fazer nenhum trabalho assim. Mas, dos trabalhos que vieram depois, uma boa parte foi eu mesmo que produzi.

 

Devo ter uns 22 álbuns de estilos diferentes. Há álbuns que estou cantando Amado Batista, outros que estou cantando Gino e Geno, outros ranqueados, outros arrasta-pé, outros forros e por aí vai. Também gravei moda de viola e modão sertanejo. São diversos gêneros para gostos diferenciados.

 

Cuiabano News –  Há quanto tempo você possui uma paixão pela música, pelo seu instrumento preferido e/ou técnica musical?

Kinyou Mega Show –  Acho que, quando o músico nasce com o que chamam de talento, dom, etc., vai se identificando com isso desde criança. Lembro que desde os seis anos a gurizada ia me chamar para ouvir a rádio, porque sabiam que eu gravava fácil as letras das músicas e depois as cantava inteiras ou boa parte, porque tinha a memória boa. Imagino que eu tenha desenvolvido afinidade desde essa idade, ou talvez começado a enxergar essa ótica de ser parte desse mundo.

Eu toco diversos instrumentos musicais, toco guitarra, gosto de teclado. O instrumento que eu mais domino é o teclado, porque, pela sobrevivência nos bailes que eu tocava, eu tive que me profissionalizar na área do Eletro Ritmo, que conta com três instrumentos: teclados, percussão e voz (às vezes, guitarra).

 

Sobre vocais, acho que a gente vai ouvindo música, os cantores com diversos registros, diversas técnicas, e a gente vai pegando devagarinho. Mas, existe lógica para tudo o que a gente vai fazer, ou se disponibiliza a fazer. Há dificuldades, mas não vejo como impossível. Falei sobre nascer com afinidade, ter aquilo no DNA, mas acho que se a pessoa realmente quiser aprender, ela aprende também.

 

Cuiabano News –  O que você julga ser mais importante na música?

Kinyou Mega Show –  Nem olho para essa questão, porque afirmo que a música é maior do que o músico. O músico morre, mas a música continua existindo. Nós somos instrumentos dela, e o que fazemos é somar ao propósito maior dela, que é curar, levar alegria, transformar, fazer crítica. Conseguir falar sobre culturas, a partir de estilos diferenciados, de uma forma muito mais inteligente, muito mais profunda e até mesmo espiritual do que qualquer tipo de gosto. A música é maior do que o músico, do que o crítico, do que aquele que gosta de ouvir música.

 

Então, não existe isso de o que é mais importante. Anda havendo tanta desavença dentro da música por aí, tantos inimigos, mas ela serve para fazer com que as pessoas se unam. Isso acontece hoje em várias áreas, seja dentro da saúde, sejam fake news, de política etc., mas a música devia servir para conscientizar as pessoas.

 

A música dita regras, caminha por lugares que a pessoa falando não consegue. A música tem melodias, busca lembranças. A música faz parte da identidade das pessoas, que lembram certos momentos da sua vida quando escutam. Então, eu não julgo a música. A música é maior do que qualquer gosto, qualquer julgamento de qualquer ser humano.

Cuiabano News – Como você enxerga sua carreira daqui a alguns anos?

Kinyou Mega Show –  Com 29 anos de música vejo que, realmente, os artistas têm que vender o que criam. Mesmo se gravarem música dos outros – eu costumo usar esta palavra, que é “mastigado” – conseguem reconhecimento muito rápido. O cara escolhe uma linha musical ligada à sofrência, à traição, à bebida, à violência e consegue um sucesso muito mais rápido do que os que faziam a partir de cultura e arte.

 

Daqui uns anos eu vou continuar cantando, mas claro que não a mesma quantidade que hoje, de quatro a seis horas de música. O artista, quando trabalha a sua imagem, leva uma hora e meia, duas horas, esse é nosso objetivo, cada vez mais valor com menos tempo.

 

Os músicos que não evoluírem, não abrirem a mente para ver que a música é algo comercial, não vão conseguir nunca seus objetivos, porque vão continuar sendo sugados pelos outros.

 

Cuiabano News –  Qual foi a fase mais difícil e que te fez pensar em desistir de tudo?

Kinyou Mega Show –  Tive diversas fases difíceis, mas nunca pensei em desistir. Quem é de verdade já nasce pronto. É claro que vamos nos aperfeiçoando, mas não desistimos. O músico pode ter mais de uma profissão, mas continua sendo um passarinho. Eu não acredito em músico que desistem no meio da estrada por causa de sofrimento.

 

Claro, se for doença, a pessoa estiver incapaz, vai parar querendo ou não. Se dá um problema na garganta, não tem mais como cantar. Mas, se for por mulher, por relacionamento, por sofrimento, não, esses não são de verdade. Esses são de brinquedo. Da mesma forma, aquele que toca só em um estilo, só entende a música por uma ótica, dentro apenas de um gênero, esse não é de verdade, esse é de metade também.

Cuiabano News –  Qual, na sua opinião, é o instrumento/técnica vocal mais difícil de tocar/aprender e por quê?

Kinyou Mega Show –  Então, para quem tem o dom, que é uma palavra que muitos não gostam, mas que tem dom adquire facilmente. Mesmo assim, técnicas vocais que a pessoa queira aperfeiçoar, vibratos, tudo mais, ela consegue. Instrumentos são a mesma coisa: que aprender, vai aprender.

 

Cada instrumento tem uma forma de processar diferente, mas o percussionista, um instrumentista, um vocalista, podem aprender de acordo com as informações que conseguirem colocar na cabeça. É importante a pessoa entender dessa forma.

 

Não existe coisa difícil nesse sentido. Há pessoas que vão pegar com mais facilidade, pessoas que demoram mais um pouco. Mas, se a pessoa quiser aprender e tiver todos os mecanismos, uma mão e um corpo saudável, nada impede.

 

Cuiabano News –  Quem é uma inspiração para você?

Kinyou Mega Show –  Quando comecei a ouvir música, comecei a enxergar um universo onde eu podia tirar as melodias e ideias da minha cabeça e colocar nas notas. Eu me lembro de um programa da Xuxa, quando eu tinha 10 anos, e que o meu cunhado queria ver se eu tocava aquele instrumento ali, um teclado.

 

Naquela época, eu já era do meio artístico, dentro do colégio. No colégio eu sempre fazia poesia, ia na frente das pessoas, no Dia do Índio, Tiradentes, quando era para cantar alguma coisa, eu sempre fiz essas coisas. Ganhei também um festival como melhor palhaço, gravei as piadas do Barnabé e ganhei contra pessoas que já eram adultas, antigas, que se fantasiavam de palhaço.

 

Eu nasci em Porto Alegre do Norte, mas fui para Santa Terezinha, onde vivi até os meus treze anos mais ou menos. Quando voltei para Porto Alegre, encontrei o meu irmão mais velho que mexia no mundo da música, o Gotinha. Ele era

locutor lá da Berrante, tocava na igreja e tinha os instrumentos na casa dele: teclado, violão, guitarra. Ele tinha uma banda que tocava na igreja, nos bailes por ali. E aí eu encontrei esse universo e me conectei com isso, porque já era algo que eu queria, mas não tinha acesso ainda.

 

Vou até contar uma história rápida. Quando meu irmão ia trabalhar, eu pulava, ligava o teclado dele e começava sozinho a aprender as coisas. Um dia, ele chegou mais cedo e me flagrou, e me castigou por uns três meses sem deixar eu tocar.

 

Essa coisa de inspiração, eu vi diversos cantores cantando e fui ouvindo, e também esse universo que meu irmão participava. Porto Alegre sempre foi uma cidade musical, sempre teve artista em todas as áreas, desde os de dentro da igreja católica, até os de rua, os instrumentistas. Havia as pessoas que também faziam propaganda de bicicleta. Havia também grandes poetas, pessoas que criaram hinos para a cidade.

 

Eu aprendi e vi muitas coisas relacionadas a arte na cidade de Padre, a dança e o teatro, os espetáculos nos colégios, dentro da igreja, os movimentos que aconteciam de festivais, então sempre fui ligado à questão artística e me identifiquei muito com esse universo.

 

Não teve uma pessoa específica. Com o tempo, lógico, você vai vendo outros artistas como o Michael Jackson, Elvis Presley, aqui do Brasil o Roberto Carlos, dos mais pobres o Amado Batista. Aí você vai vendo o Raul Seixas, o intelectual, um filosofo que escreveu músicas, você vê lá o Zé Ramalho, os grandes célebres da música, Caetano o Gil. Então, você começa a se olhar de uma forma igual.

 

Você não olha como se esses caras fossem maiores que você. Eu olho como se fossem iguais a mim, fazendo linhas diferenciadas, colocando seu ponto de vista de forma diferente, produzindo o seu próprio CD. O Gil mesmo, a muitos anos produz o trabalho dele; ele não precisou de estúdio para se fazer conhecido. E esse é um dos objetivos que eu também tenho.

Eu não vejo a questão de inspiração no sentido de algo que me leva a copiar. Eu acho que está tudo por aí e a gente pode pegar as ideias. Com diz aquela filosofia, nada se cria, tudo se copia.

 

Agora se for falar sobre um ser superior que eu sigo, vendo isso como o criador e a criatura. Aí eu passo a ser um criador a partir das minhas criações musicais, eu olho para Deus, Jesus Cristo. Então, a minha inspiração o Criador do Universo. Seres humanos que fazem coisas parecidas uma com a outra, eu não tenho de forma nenhuma, eu não me vejo menor do que eles, nem maior que eles também, me vejo igual.

 

Cuiabano News –   Qual foi o momento mais difícil ou desafiador que você já viveu no meio artístico?

Kinyou Mega Show –  Para chegar em algum lugar, desafio sempre vai ter. Lembro que trabalhei na banda Mingau Mix, que tinha quatro empresários. Às vezes, andávamos dez, nove horas de viagem para tocar uma hora em algumas cidades. Tocamos em mais de duzentas. Havia também o corpo de dança, os músicos, o produtor visual e o produtor de áudio visual, nós tínhamos toda uma estrutura para o trabalho dar certo.

 

Mas os caras dentro da banda tinham ideias medievais. Os músicos estavam muito mais à frente, na forma de criar e entender o baile. E esses caras estavam tapados com a ideia deles de qual era a forma certa de cantar. O estúdio tinha pressão de montar o repertório logo, então não havia tempo para um trabalho bem feito. Muitos trabalhos eram feitos desafinados, sem guitarra… queriam colocar tudo de uma vez só para sair um projeto.

 

Com o tempo, os caras passaram a entender que os músicos têm opinião, que tinham uma visão muito mais aguçada do que a deles. Só que isso foi desgastando, as pessoas começaram a ficar estressadas. Enfim, foi desafiador e houve a oportunidade de fazermos algo nacional, e não virou. A banda acabou no auge e talvez, esse tenha sido um momento desafiador, que eu não repetiria.

Hoje estou mais vinculado ao meu trabalho, a minha imagem, ao meu nome. Lógico pessoas interligadas a mim, gente que quer aumentar a equipe cada vez mais. Porém, o objetivo maior hoje é o Kinyou Mega Show.

 

Cuiabano News –  Quais os seus trabalhos, shows mais recentes e os meios usados para divulgação seu trabalho?

Kinyou Mega Show –  Temos um show no dia 14/05/2022, na aldeia Paredão em Brasnorte, e no dia 15/02/2022, no rodeio show, com nosso amigo Sabiá Ribeiro.

 

Temos um projeto hoje com músicas inéditas, em que faço uma parte e outro cantor faz outra. Também temos um projeto voltado ao povo indígena, esse trabalho com as etnias e um documentário pelas aldeias, em que tenho tocado também há 12 anos junto com o povo. Outro projeto, com Luísa Lamar, a “rainha do lambadão”; e um projeto de podcast entrevistando todo tipo de artistas nacionais, do rasqueado, siriri e cururu, lambadão.

Nossas músicas estão em todos os aplicativos hoje, nacionais e mundiais. Todas são registradas, permitindo que nosso trabalho seja divulgado em todas plataformas digitais, como Facebook, Instagram, Youtube e outros.

 

Link de músicas no Youtube:

 

Juju – Kinyou (Official Music Video)

 

Kinyou – Forró e Pisadinha (CD Completo 2020)

 

Eu Tô Bombando – Kinyou Mega Show (Com Letra)

 

Na Areia Branca – Kinyou (Official Music Video)

 

Cara Apaixonado – Kinyou (Pisadinha) – Vídeo Clipe Oficial

 

Dinheiro Traz Felicidade

 

Pinga na Goela

 

Ao Som de Um Bolero – Kinyou (Vídeo Clipe Oficial)

 

Kinyou – Aldeia Aroeira [Official Music Video]

 

Não Recairei – Kinyou Mega Show (Video Clipe Oficial)

 

Poconeana – Kinyou (Homenagem a Poconé)

 

Confresinha do Amor – Kinyou (Ao Vivo com Letra)

 

Piseiro do Dinossauro – Kinyou Mega Show (Official Music Video)

 

Encontro de Família – Kinyou Mega Show (Vídeo Clipe Oficial)

 

PARQUE DAS ÁGUAS – DVD Completo – Kinyou Mega Show

 

Live Especial Mês das Mães – Kinyou Mega Show https://www.youtube.com/watch?v=YUiXUbNb7x0

 

Youtube: https://youtube.com/c/kinyoumegashowmt

Instagram: @kinyoumegashow

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