O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, que tem adotado medidas fortes no combate ao novo coronavírus, explicou os motivos que levaram a administração da capital mineira a liberar a volta dos treinamentos na Toca da Raposa II, centro de treinamentos do time profissional do Cruzeiro.
De acordo com Kalil, a decisão foi técnica, tomada pelo Comitê do Coronavírus. O prefeito ressaltou que não teve participação na liberação das atividades presenciais na Toca, anunciada na última quarta-feira.
– Primeiro, eu estou seguindo a ciência. Eu vou dar a notícia que vai chocar muita gente, mas, como não sou de falar mentira, quem abriu o Cruzeiro não foi o prefeito. Foi o Comitê do Coronavírus criado em Belo Horizonte, formado pelo secretário de saúde e três infectologistas – disse Kalil, em entrevista à TV Globo.
Alexandre Kalil, prefeito de BH — Foto: Frederico Ribeiro
Alguns exigências foram feitas pela Prefeitura de Belo Horizonte, como:
Antes do Cruzeiro, o Atlético-MG e o América-MG já haviam recebido autorizações das prefeituras de Vespasiano e de Contagem, onde se localizam a Cidade do Galo e o CT Lanna Drumond, para retomarem os treinos.
– Nós temos os protocolos e todos os protocolos foram enviados ao Cruzeiro, como o Atlético recebeu de Vespasiano e o América, de Contagem. É um negócio meio assim… Não há trânsito, vai testar todo mundo. Até por uma questão de isonomia e por eu ser um prefeito atleticano, eu não briguei. Eu não fui nem informado o que o Comitê estava exigindo para abrir o Cruzeiro. Acho que, isonomicamente, ficaria muito feio eu, como prefeito de Belo Horizonte e ex-presidente do Atlético, vetar só o Cruzeiro de treinar.
Apesar do sinal verde da prefeitura para o Cruzeiro retornar aos treinos, Alexandre Kalil alertou que não há expectativa para que Belo Horizonte volte a receber a disputa de jogos. A decisão também será do Comitê do Coronavírus. O prefeito fez uma análise crítica dos planos dos clubes de retomarem treinos.
– Eu, como já fui presidente de clube, não entendo a lógica onde o futebol não vai. Não entendo qual essa lógica. Você vai gastar água, vai gastar luz, vai gastar telefone, vai cuidar de cama… E não vai ter futebol. Em Belo Horizonte, não vai ter futebol enquanto não se abrir tecnicamente a cidade com esse mesmo Comitê. Segunda-feira, vamos endurecer as medidas, fazer barreiras sanitárias nas entradas da cidade, começando com dez e vamos para vinte. Eu entendo a lógica de querer treinar, é como se abrir a fábrica da Fiat ou coisa parecida. Está lá dentro, é pouca gente, está todo mundo testado, seguindo um protocolo, e acho que a ciência que manda. É a ciência que vai comandar a prefeitura de Belo Horizonte enquanto essa tragédia que estamos passando aqui não acabar ou não diminuir.
Exames
Ricardo Drubscky, diretor de futebol do Cruzeiro, realiza teste de COVID — Foto: Bruno Haddad
Nessa sexta-feira, o Cruzeiro iniciou a realização de exames em funcionários, entre eles colaboradores administrativos do CT, membros da diretoria e da comissão técnica. Os testes continuarão na próxima segunda-feira com os atletas do profissional.
As atividades na Toca da Raposa II não ocorrem desde o dia 17 de março, quando o Cruzeiro passou a adotar treinos em casa para os atletas, que entraram de férias em abril. A última vez que a Raposa entrou em campo foi em 15 de março, contra o Coimba, pelo Campeonato Mineiro. (Globo Esporte)