O jogo entre Palmeiras e Flamengo continua suspenso. Neste domingo, o Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro indeferiu o mandado de segurança impetrado pela CBF e manteve a decisão de adiar a partida, que estava marcada para as 16h (de Brasília). A informação foi divulgada pela “Rádio Tupi” e confirmada pelo ge.
A decisão original foi tomada após uma ação do Sindeclubes, sindicato que representa funcionários de clubes do Rio de Janeiro. No documento, a entidade alegou “risco elevado de contágio” de coronavírus. O presidente do Sindeclubes é José Pinheiro dos Santos, funcionário da segurança do Flamengo. Segundo ele, a ação foi tomada após pedido dos próprios empregados rubro-negros.
Com esta decisão, a próxima instância em que a CBF pode recorrer é no Tribunal Superior do Trabalho (TST).
CBF alega que surto do Flamengo foi fato isolado
Entre os argumentos utilizados, a CBF afirmou que o Sindeclubes não tinha legitimidade para a ação, pois não representa atletas profissionais de futebol. A entidade lembrou ainda o episódio da foto publicada pelo Flamengo com jogadores sem máscaras, que acarretou na demissão de um profissional de comunicação do clube.
A CBF alegou ainda que, com os procedimentos preventivos, o risco de contágio de coronavírus é pequeno e que o que ocorreu com o Flamengo foi “um fato isolado, que não pode ser imputado ao Campeonato Brasileiro de Futebol”.
Confira os argumentos da CBF, relatados na decisão do TRT:
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Recurso CBF Palmeiras x Flamengo — Foto: Reprodução
A desembargadora Maria Helena Motta, responsável pela decisão, rejeitou os argumentos da CBF e lembrou que a situação “afeta indistintamente jogadores, membros da comissão técnica, diretoria, além dos já citados empregados”.
– Ademais, não há garantias sequer de que os atletas escalados para a disputa não sejam portadores do vírus, pois os testes que acusam negativo, não são 100% (falso negativo) precisos e necessitam de cerca de 5 dias para confirmação. Sem falar nos assintomáticos. Essa situação é reconhecida não só por especialistas do Brasil, com também pela Organização Mundial da Saúde, já que se está diante de um vírus imprevisível que, embora apresente alguns sintomas comuns, atua e agride o organismo humano de diferentes formas, em muitos casos contrariando totalmente os protocolos até agora recomendados – diz um trecho da decisão.
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Parte da decisão da desembargadora Maria Helena Motta — Foto: Reprodução
Flamengo em São Paulo
A delegação do Flamengo segue em São Paulo, aonde chegou na tarde de sábado. O clube mantém a programação normal para não ser pego de surpresa em caso de nova decisão que permita a realização da partida.
Na noite de sábado, o STJD indeferiu o pedido de revisão feito pelo Flamengo. No entendimento do órgão, há condições para que a partida aconteça. Ainda assim, segue valendo a decisão do TRT. (Globo Esporte)