A Justiça determinou a soltura do fazendeiro Benedito Nédio Nunes Rondon, que aparece em um vídeo abraçado a uma onça-pintada morta com um tiro na cabeça, em Poconé, na região do Pantanal mato-grossense. Foi estabelecida uma fiança de 413 salários mínimos, mais de R$ 500 mil, além do uso de tornozeleira eletrônica.
Benedito se apresentou à polícia na companhia do advogado dele, nessa segunda-feira (18), após passar mais de duas semanas foragido. Na audiência de custódia, que aconteceu durante a noite, ele permaneceu em silêncio.
A defesa do fazendeiro informou que o pagamento da fiança está sendo providenciado nesta terça-feira (19) para que ele já seja colocado em liberdade.
O suspeito tem até 24 horas para colocar a tornozeleira, em Cuiabá, e fazer o pagamento.
A prisão preventiva foi expedida no dia 1° deste mês, no entanto, desde então o suspeito estava foragido.
O delegado de Poconé, Maurício Maciel Pereira, informou que as investigações devem ser concluídas em um prazo de 10 dias.
Em um vídeo que circulava nas redes sociais no começo deste mês, mostra o suspeito ao lado da onça morta, com uma pistola em cima do corpo do animal.
Durante a filmagem, o suspeito confessa o crime dizendo que matou a onça, e ainda zomba sobre o corpo do animal silvestre, dizendo que ela “não valia nada” e que se fosse uma fêmea aproveitaria para ter relações sexuais com o animal.
Conforme a Polícia Civil, o suspeito teria outras armas de fogo, além de couro, patas e outros materiais decorrentes de caça ilegal de animais silvestres na casa e na fazenda dele.
A defesa do fazendeiro contestou a informação repassada pela polícia de peças de caça ilegal estariam em posse do acusado. Também negou que ele seja caçador e responsável pela morte da onça.
Segundo manifestação do advogado Anderson Nunes de Figueiredo, os vídeos são antigos e foram editados e divulgados, o que poderá provar isso em perícia judicial.
O delegado de Poconé, Maurício Maciel Pereira Júnior, representou com pedido de urgência os mandados de prisão preventiva e busca e apreensão contra o suspeito pelos crimes ambientais de matar animal silvestre, guardar produtos oriundos de animal silvestre, posse e porte ilegal de arma de fogo.
As ordens judiciais foram deferidas pela Justiça, no dia 1º deste mês.