A Justiça determinou a penhora de R$ 11.823.396,30 da venda de Pedro pelo Fluminense à Fiorentina. A decisão vem a pedido da MPI S.À R.L., empresa sediada em Luxemburgo, que busca reaver nos tribunais o que tinha direito na venda de Gerson para a Roma em 2015. A notícia foi dada em primeira mão pelo repórter David Nascimento, do “Lance!”, e confirmada pelo GloboEsporte.com.
A medida foi tomada nesta terça-feira (10/09) pela juíza Flávia Justus, da 38ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A magistrada marcou também uma audiência de conciliação entre as partes para o dia 24. A quantia terá de ser depositada em uma conta judicial e só será retirada pela empresa caso um acordo amigável não seja alcançado, ou ao fim do processo.
“Tendo em vista a possibilidade da celebração de acordo, conforme noticiado pelo executado, designo audiência especial de conciliação para o dia 24/09/2019, às 14:30. Intimem-se. No que tange ao pedido de penhora (…), a fim de evitar maior prejuízo ao exequente, bem como o intuito de garantir o Juízo em caso de não celebração do acordo, DEFIRO A PENHORA do montante de R$ 11.823.396,30 em razão da transferência do atleta Pedro Santos, devendo o montante ser depositado pelo executado em conta do Banco do Brasil à disposição do Juízo, ficando o exequente ciente que o montante só será levantado após finda todas as possibilidades de composição amigável ou findo o processo”, diz a decisão.
Desde fevereiro de 2018, a MPI tenta na Justiça receber o que tinha direito na venda de Gerson – feita em 2015 pelo então presidente Peter Siemsen. Na época, o atual mandatário, Mário Bittencourt, era vice de futebol do clube. A empresa tinha 12,5% dos direitos do meia e jamais recebeu qualquer repasse. O GloboEsporte.com noticiou o caso inicialmente em março de 2018, quando a dívida estava em R$ 4,9 milhões.
Em julho de 2019, em nova reportagem, o GloboEsporte.com mostrou que o débito havia subido para R$ 9,5 milhões por conta de multa e juros. Na época, a magistrada Flavia Justos havia determinado o pagamento já que o problema não havia sido solucionado na administração de Pedro Abad – há, aliás, outros três processos de mesma natureza, com outros credores, que, à época, totalizaram R$ 18 milhões.
Logo após assumir o cargo, o presidente Mário iniciou uma série de tentativas para evitar penhoras por conta de dívidas antigas. Com a MPI, em julho, houve concordância, aceita pela Justiça, para suspender o processo por 30 dias. Era uma tentativa de alcançar consenso sobre o parcelamento do valor devido.
O Fluminense vendeu Pedro no dia 31 de agosto. Pelo acordo, a Fiorentina desembolsará um total de € 11 milhões (R$ 50,2 milhões). Deste valor, o Tricolor ficará, inicialmente, com € 8 milhões (R$ 36,5 milhões) e o restante ficará com a Artsul, clube-empresa de Nova Iguaçu que divida de forma igualitária (50% e 50%) os direitos econômicos do jogador de 22 anos.
O negócio ainda poderá render uma quantia futura ao Flu. Isso porque os italianos concordaram com a exigência do clube de Laranjeiras de manter 20% dos direitos econômicos do centroavante. Tricolor e Artsul acordaram dividir o valor obtido em uma futura venda.
(Globo Esporte)