O juiz Abel Balbino Guimaraes, da 4ª Vara Criminal de Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, determinou a prisão preventiva dos suspeitos de torturar e assassinar a empresária Rosimeire Soares Perin, de 56 anos, que estava desaparecida desde terça-feira (16) e foi encontrada morta na tarde de quinta-feira (18) na região da Passagem da Conceição, em Várzea Grande.

Jefferson Rodrigues da Silva, de 33 anos, e Pedro Paulo de Arruda, de 29 anos foram presos na sexta-feira (19). Jefferson é monitorado por tornozeleira eletrônica e tem antecedentes criminais por crime sexual e roubo. Ele confessou o crime, mas Pedro negou.

Rosemeire trabalhava no ramo de venda de produtos para festa e máquinas de sorvetes há mais de 10 anos, além de vender outros utensílios para comerciantes, como pratos e copos plásticos.

Segundo o delegado, Jefferson conhecia a vítima desde 2011 porque a família dele era cliente de Rosemeire, mas somente em 2020 ele começou a ter uma ligação comercial com a vítima.

O suspeito vendia sorvetes em um supermercado em Várzea Grande, comercializava espetinho e havia adquirido uma máquina de sorvetes com a vítima no ano passado no valor de R$ 7 mil.

Rosemeire Soares Perin, de 52 anos, foi assassinada — Foto: Divulgação

Rosemeire Soares Perin, de 52 anos, foi assassinada — Foto: Divulgação

Meses depois, ele procurou a empresária para fazer uma manutenção na máquina e ficou devendo o valor de R$ 850 a ela.

Jefferson ainda fez outras duas aquisições, de um batedor de milk-shake e pratos plásticos, subindo a dívida total com a empresária para R$ 1,2 mil.

Além das vendas, era a própria Rosemeire que fazia a manutenção dos equipamentos.

“No dia do desaparecimento, ela foi até a quitinete dele, em Várzea Grande, para testar o equipamento que Jefferson comprou. Na ocasião ela cobrou essa dívida de R$ 1,2 mil e ele não gostou, deu uma ‘gravata’ e a vítima desmaiou. Ele a amarrou com fitas adesivas e amordaçou com uma meia”, detalhou o delegado.

Rosemeire despertou momentos depois. Segundo o delegado, ele se viu em um momento de desespero. Por usar tornozeleira, ele disse que ficou com medo de voltar à prisão. Nisso, pegou uma faca de cozinha, de 30 centímetros, e deu três facadas no pescoço dela.

Jefferson confessou o crime e disse que depois pediu ajuda para um familiar. Tendo o pedido rejeitado, ele procurou Pedro, que aceitou ajudá-lo a se livrar do corpo da empresária. Eles colocaram o corpo em um lençol, enrolaram, colocaram dentro de uma lona preta e enrolaram novamente em um edredom.

Depois disso, levaram o corpo até a Passagem da Conceição, onde ela foi encontrada dois dias depois.

Local onde o corpo da empresária foi encontrado — Foto: TV Centro América

Local onde o corpo da empresária foi encontrado — Foto: TV Centro América

Prisões

A Polícia Militar conseguiu imagens do carro passando por uma ponte entre Cuiabá e Várzea Grande e identificou que um suspeito que usa tornozeleira estava dentro do veículo. Após buscas pela região, os policiais conseguiram localizar o suspeito.

Já o segundo suspeito foi preso logo depois. A PM recebeu informações sobre ele e conseguiu localizá-lo no bairro São Matheus, em Várzea Grande.

No local a polícia encontrou um tablete de maconha e vistoriou um carro na garagem. Dentro do automóvel, no porta-malas, a PM encontrou dois pacotes de cal.

O suspeito confessou que usaria o produto para jogar sobre o corpo da vítima e acelerar o processo de decomposição, além de esconder o odor do corpo.

Os dois foram encaminhados para a Cadeia Pública do Capão Grande e ainda passaram pela audiência de custódia nesse sábado (20). Eles vão responder criminalmente por homicídio qualificado, asfixia, tortura, ocultação de cadáver e furto qualificado, uma vez que o carro da vítima foi usado por Jefferson após o assassinato.

PM apreendeu cal que seria usada no corpo da vítima em Várzea Grande — Foto: Polícia Militar de Mato Grosso

PM apreendeu cal que seria usada no corpo da vítima em Várzea Grande — Foto: Polícia Militar de Mato Grosso