Na decisão judicial que autorizou a ‘Operação Ragnatela’, deflagrada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Mato Grosso (FICCO/MT) na quarta-feira (5), o juiz João Francisco Campos de Almeida determinou o bloqueio de R$ 5 milhões em bens de quatro alvos da ação policial. A operação investiga a compra de casas noturnas pela facção criminosa Comando Vermelho para lavar dinheiro oriundo do tráfico de drogas em Cuiabá.

Segundo os autos, o empresário Willian Aparecido da Costa Pereira, o ‘Willian Gordão’, o promoter Rodrigo de Souza Leal, que atuava como chefe do Cerimonial da Câmara de Cuiabá, além de Ariani Lima Rodrigues de Oliveira e Kamilla Beretta Bertoni tiveram os bens indisponíveis depois que a investigação observou um aumento expressivo na movimentação financeira entre os anos de 2021 e 2022.

Em suas transações financeiras, ‘Willian Gordão’, apontado como ‘testa de ferro’ da facção criminosa Comando Vermelho em um esquema de lavagem de dinheiro em casas noturnas de Cuiabá, movimentou R$ 1.540.956,10 em 2021, mas declarou “apenas” R$ 48 mil no Imposto de Renda do mesmo ano.

Já na casa noturna Dallas, que estava em seu nome, mas era de propriedade de Joadir Alves Gonçalves, o ‘Jogador’, apontado como líder do esquema, Gordão movimentou mais de R$ 13 milhões. O estabelecimento comercial também foi alvo de bloqueio junto com outros quatro comércios utilizados pela organização criminosa para lavar dinheiro do CV.

“O sequestro de bens móveis e imóveis de propriedade dos investigados, bem como o bloqueio de todos os seus ativos financeiros, com ordem no valor de até R$ 5 milhões em cada conta bancária indicada, referente aos seguintes suspeitos: KAMILLA BERETTA BERTONI; RODRIGO DE SOUZA LEAL; WILLIAN APARECIDO DA COSTA PEREIRA; ARIANI LIMA RODRIGUES DE OLIVEIRA; Pessoas Jurídicas: DALLAS BAR EIRELI; DOM CARMINDO LAVA JATO; STRICK PUB BISTRO E RESTAURANTE LTDA; W A DA COSTA PEREIRA; CLUBE CT MANGUEIRAS LTDA”, traz trecho da decisão.

Já o ex-chefe do Cerimonial da Câmara de Cuiabá movimentou mais de R$ 24 milhões entre 2021 e 2022. Segundo as investigações, Rodrigo era responsável por organizar os shows financiados com o dinheiro do CV e tinha poderes sobre o Dallas Bar e Eventos. Além disso, o Strick Pub estava em seu nome e era utilizado como empresa ‘de fachada’ para dissimular o dinheiro obtido com o crime.

Fonte: HNT