Maurício é de Araputanga, cidade a pouco mais de 400km da capital Cuiabá, e disputa quase todas as provas dos 400m que está inscrito sem sapatilha no pé. O motivo? O jovem tem o pé nº 47 e não consegue comprar calçados deste tamanho na cidade onde mora.
“É, eu corro sem sapatilha. Não tenho uma porque eu estou usando nº47 e fica difícil achar. Também vim para o Brasileiro Sub-20 sem aqueles shorts térmicos, mas fui com o meu bermudão mesmo”, comentou Maurício após a prova.
COMEÇO NO ATLETISMO
A relação do atletismo com Maurício não é longa. Na verdade, tem pouco mais de um ano e a razão dela ter começado é seus pais terem que se mudar de região na cidade de Araputanga.
“Ano passado eu e meu marido passamos por um processo da prefeitura de Araputanga e tivemos que nos mudar. Deixamos a parte rural e fomos morar na parte urbana da cidade. Depois disso, a vida do Maurício mudou um pouco. Ele passou a estudar em período integral e conseguiu achar um projeto da Prefeitura que ensinava atletismo. Começou a ir, no início foi bem difícil no começo, porque a rotina cansava muito, mas a gente foi incentivando, ele foi seguindo e segue até hoje”, explicou Mariele.
O projeto que a mãe de Maurício cita é a APADA Atletismo. Foi nele que Maurício aprendeu o básico e se desenvolveu em pouco mais de um ano na modalidade. Com treinos de segunda a sábado, o jovem passou a gostar cada vez mais do esporte e os resultados nos 400m passaram a aparecer.
“Meu filho ajudava o pai quando morávamos na parte rural da cidade. Meu marido é pedreiro e o Maurício ajudava ele. Quando morávamos na antiga casa, meu filho estudava só a tarde e de manhã ajudava o pai. Após a mudança, a escola passou a ser integral e ele encontrou o atletismo na APADA para treinar. Ele vai competir com frequência, normalmente em Cuiabá, e volta com as medalhas. É uma alegria muito grande ver que o que ele plantou está dando resultado. Ver o olho dele brilhando nos contando tudo é a nossa maior conquista, com certeza”, comentou Mariele.